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Entenda os investimentos de venture capital e private equity no Brasil

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

02/12/2023 às 13:00

Por Adriana Chiarini

Os investimentos em venture capital e private equity no Brasil são bilionários. Só no terceiro trimestre deste ano, somaram R$ 5,8 bilhões, incluindo os corporate venture capital (CVC), segundo a Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity (ABVCAP). Entenda abaixo essa indústria tão importante e tão cheia de expressões em inglês.

O que são Venture Capital e Private Equity?

São basicamente recursos para investimento em empresas. No caso do venture capital, são startups, empresas iniciantes com alto risco mas também com um potencial muito grande de valorização. Como o risco é realmente grande, uma das formas de investir nessas empresas é por fundos de médio prazo, de cinco anos, por exemplo, que reúnam algumas delas. A estratégia é de que a valorização das que vão dar certo seja mais do que suficiente para cobrir os prejuízos do investimento feito nas que não vão ser um sucesso.

Já no caso de private equity, o investimento é ainda arriscado mas menor, já que é feito em empresas mais desenvolvidas, mais maduras. A estratégia de investimentos por meio de fundos também acontece como forma de mitigação de riscos. Entre os maiores negócios de private equity no terceiro trimestre, o fundo Mubadala, investiu R$ 464,1 milhões na empresa Bluefit Academias de Ginástica. Empresas muito conhecidas hoje como Natura (NTCO3), Uol e Dasa (DASA3) já tiveram investimentos de private equity.

O tipo CVC, especificamente, é o investimento feito por uma empresa em startups que atuam com sinergias com o seu negócio principal. Em um exemplo fictício, apenas para facilitar o entendimento: se no passado a locadora de vídeos BlockBuster tivesse investido em uma startup de streaming de conteúdo como as várias que existem atualmente ou a Xerox tivesse investido na transmissão de imagens por computador, talvez essas grandes empresas do passado tivessem mantido seu espaço.

Por que venture capital e private equity são importantes?

Esse tipo de investimento apoia o empreendedorismo, a inovação e dinamiza a economia. Para jovens com grandes ideias e empresas que saem de incubadoras universitárias ou proprietários de empresas já mais firmes, mas de sociedade limitada, ou seja, com poucos sócios e todos conhecidos, este tipo de capital pode ser o que falta.

Do lado do investidor, depois de avaliação cuidadosa, se houver a conclusão de que as empresas têm bom potencial e já atingiram um porte adequado para começar, essa pode ser uma fonte de lucros altos, ainda que o risco seja grande também.

Qual o papel do investidor?

Em geral, o investidor vai ter exigências de governança para acompanhar a trajetória da empresa e, principalmente no caso de Private Equity, vai querer participar da gestão. Isso significa nomear um ou mais conselheiros, diretores ou mesmo do presidente da empresa e do Conselho de Administração.

O investidor, principalmente no caso de Private Equity, quer ajudar a empresa a se valorizar. Um investidor do setor financeiro, por exemplo, vai querer inclusive criar as condições para a saída do investimento, o que em geral é feito por meio de venda da participação na empresa para um outro sócio ou por abertura do capital da empresa em bolsa de valores.

Alguns dos primeiros investidores nessa modalidade de investimento no Brasil foram a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ambos do governo. Depois o setor cresceu. Atualmente, a ABVCAP reúne mais de 240 instituições nacionais e internacionais ativas nos mercados de private equity e venture capital, entre gestores de fundos, corporações, investidores institucionais e prestadores de serviço, incluindo grandes firmas de advocacia, auditoria, administração e consultorias do mercado brasileiro e internacional.

A presidente da ABVCAP, Priscila Rodrigues, vê boas perspectivas para esse tipo de investimento. "O segmento de Private Equity, que tem uma correlação maior com o desempenho geral da economia, cresceu muito na comparação com 2022, o que mostra uma consolidação num patamar superior e indica um 2024 forte para a indústria."

De acordo com a ABVCAP, os setores que mais receberam investimentos em venture capital no segundo trimestre foram tecnologia da informação (56%) e serviços financeiros (14%). Já em private equity, foram serviços financeiros (38%) e serviços e produtos ao consumidor (23%).

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