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Dia dos Namorados na bolsa: quais ações negociadas na B3 devem reagir à data comemorativa

A previsão de aumento das vendas na data especial pode ter reflexo na receita líquida de diversas companhias de capital aberto

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura3 minutos

Atualizado em

12/06/2024 às 10:36

Por Luana Pavani, do Broadcast

Esta quarta-feira, 12 de junho, pode ser o melhor Dia dos Namorados em uma década no Brasil, nos cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com R$ 2,59 bilhões em vendas em 2024, 5,6% superior à mesma data de 2023. "E o principal motivo para o otimismo do varejo em relação a essa data comemorativa é o comportamento da inflação", afirma o economista da CNC, Fabio Bentes. Os preços de bens e serviços relacionados a essa data devem ter variação bem menor este ano, em torno de 3% na comparação com o Dia dos Namorados de 2023. No ano passado a inflação dessa cesta de produtos foi de 8,4%.

O estudo feito pela CNC mostra que o segmento que deve liderar as vendas no Dia dos Namorados é o de vestuário, calçados e acessórios, com mais de R$ 1,083 bilhão em faturamento relativo ao período, o equivalente a 42% do volume total de vendas, e um aumento de 6,7% sobre 2023. Em seguida, virão eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com estimativa de R$ 727 milhões, ou fatia de 28% do total, com aumento de vendas de 3,2% no comparativo anual. Já a previsão para a alta nas vendas de itens de farmácias, perfumarias e cosméticos é de 1,6%, grupo este que corresponde a 10% de participação.

Para o investidor em bolsa, essa previsão adicional de vendas no Dia dos Namorados tende a elevar a receita líquida das empresas de capital aberto expostas a esta, que é a sexta data comemorativa mais importante em movimentação financeira no varejo. Mais consumo, mais movimentação também nas maquininhas de cartão de crédito e fintechs. Isso tudo tem potencial para mexer com as ações de empresas como Soma (SOMA3), Arezzo (ARZZ3), Lojas Renner (LREN3), Marisa Lojas (AMAR3), Magazine Luiza (MGLU3), GPA (PCAR3), Casas Bahia (BHIA3), Natura (NTCO3), Cielo (CIEL3), Vivara (VIVA3), Multiplan (MULT3), Allos (ALOS3), Iguatemi (IGTI3), Azul (AZUL4), Gol (GOLL4), Stone (STOC31), Nubank (ROXO34), entre outras.

Impulso às vendas físicas e online

O setor de shoppings também está otimista, com previsão de aumento de 4,2% nas vendas do Dia dos Namorados 2024, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) ante um ano, somando R$ 4,4 bilhões no período de 6 a 12 de junho. O tíquete médio deve ficar em torno de R$ 220,49, 3,7% acima do mesmo período de 2023. Na intenção de compras, predominam para elas Perfumaria e Cosméticos (87%), Joalheria (77%), Vestuário (73%), Chocolates e Doces (71%), Calçados (69%) e Bolsas e Acessórios (65%); e para eles Calçados (65%), Perfumaria e Cosméticos (65%), Vestuário (65%), Artigos Esportivos (63%), Relógios e Acessórios (59%) e Bebidas (30%).

Nas vendas online, pesquisa da Neotrust em parceria com o E-Commerce Brasil, apurou que durante nas duas semanas que antecedem o Dia dos Namorados em comparação com as duas semanas imediatamente anteriores o faturamento do e-commerce brasileiro registrou um aumento de 8,4%, ou R$ 834,4 milhões.

"Diante do crescimento de 12,7% no e-commerce brasileiro no primeiro trimestre deste ano, esperamos que as vendas do Dia dos Namorados alcancem R$ 7,08 bilhões, reforçando a importância crescente dessa data
para o setor", afirma Jean Laloux, consultor de dados da Neotrust.

Outras datas especiais

A previsão de aumento das vendas na data comemorativa também está fundamentada na redução do comprometimento da renda e a queda dos juros das operações de crédito, que têm incentivado o consumo, observa Bentes. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de maio, também apurada pela CNC, 30,1% dos rendimentos das famílias estão comprometidos com o pagamento de dívidas, menor que os 31% no mesmo período do ano passado. Já a taxa de juros nas operações de crédito caiu de 60% para 53%, cita o economista.

O professor da FIA Business School, Claudio Felisoni de Angelo, que também é presidente do IBEVAR, frisa que o varejo é uma atividade sazonal. A principal data especial é o Natal, quando um shopping vende de 30% a 50% a mais do que em períodos regulares. Com o advento da Black Friday parte desse acréscimo do Natal é antecipado, estima-se que em cerca de 25 - ou seja, um quarto das vendas que deveriam ocorrer em dezembro são realizadas em novembro. A terceira data mais importante é o Dia das Mães, que representa um aumento em relação a um período comum da ordem de 10% a 20%.

No caso do Dia dos Namorados, Felisoni observa que os tíquetes médios são substancialmente mais baixos e consequentemente o acréscimo de faturamento é menor. "O Dia dos Namorados, embora seja uma data relevante, o volume de vendas motivado por essa data especial é significativamente menor que o Natal e o Black Friday", afirma. Sua estimativa é de que a data gere um aumento em torno de 10% em relação a um período regular, tendo como referência um shopping center.

O IBEVAR estima um crescimento do varejo como um todo em junho, o varejo ampliado, da ordem de 0,21%. "Esse movimento ascendente é explicado principalmente pela queda da inflação e seus impactos sobre a massa real de pagamentos. De fato, nos últimos doze meses a massa real de pagamentos cresceu um pouco mais de 7%. Obviamente isso se refletirá em vendas maiores no Dia dos Namorados", prevê Felisoni.

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