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Você deveria considerar Santander em sua carteira. Confira a análise do 1T24 pelo BB-BI

Segundo analistas do BB Investimentos, o Santander Brasil entregou no 1T24 um resultado positivo.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura5 minutos

Atualizado em

06/05/2024 às 14:37


O Santander Brasil entregou números que consideramos positivos no 1T24, com lucro líquido recorrente gerencial de R$ 3,0 bilhões, equivalente a um ROAE de 14,1%. O resultado trouxe, em nossa leitura, uma melhoria expressiva em diversos indicadores, ainda que dentro de um contexto sazonal esperado para o trimestre.  

Destaques positivos

Os destaques positivos, em, nossa visão, ficam por conta do crescimento da carteira de crédito e da margem financeira. Quanto à carteira de crédito ampliada, a variação no comparativo anual de 8,1% marca um retorno ao ritmo de crescimento do mercado, algo que o Santander, no auge da desaceleração por conta da escalada da inadimplência em períodos recentes, havia deixado de acompanhar. Esse crescimento tem vindo com mais ímpeto nos segmentos varejo PF, aproveitando o momento de crédito Auto aquecido, e também Consignado, no qual o banco vem conquistando espaço. O segmento SMEs permanece uma promessa para o ano, enquanto o maior desafio fica por conta do crescimento no atacado, segmento em que o Santander enxerga maior competição atualmente. Já a margem financeira desenha uma inflexão visível, com o vale tendo sido no 3T23, com ambos margem com clientes (crédito) e margem com mercado (tesouraria) mostrando expansões, inclusive no Spread, na contramão do mercado, que denota compressão dado o ambiente de juros em queda, o que demonstra que o Santander pode ter composto exposição a segmentos mais rentáveis em safras recentes.

Destaques negativos

Os destaques negativos – que não foram tão detratores assim, em nossa opinião - mas que ainda merecem menção, foram a inadimplência e as comissões. Quanto à inadimplência, vimos predominantemente pressão na PJ, mas estabilidade na PF, o que conversa, de fato, com os dados mais recentes do Bacen. Neste contexto, imaginamos que se de fato o Santander já se posicionou em um mix de spread mais alto, é provável que vejamos alguma deterioração neste índice mais adiante, opostamente à tendência esperada para o mercado, que é de arrefecimento. Já quanto às comissões, na visão ano contra ano vimos queda em fundos de investimentos, e cobranças e arrecadações, enquanto cartões cresceram em percentual que julgamos fraco quando comparado com outras frentes, que se expandiram de forma mais veloz.

tabela descritiva de variação de preço SANB11

Desempenho das ações

Nos últimos 12 meses vimos o desempenho das units do Santander oscilando entre em linha e abaixo do Ibovespa, com movimentos principalmente, segundo a nossa leitura, em resposta aos resultados trimestrais: negativo no 2T23, positivo no 3T23 e negativo no 4T23. Acreditamos que o ativo parece estar mais fora da mira dos investidores do que dentro, dado o momento mais fraco de rentabilidade do banco, aliado às (ainda) grandes dúvidas quanto à velocidade do retorno aos dias de melhores indicadores.

gráfico de evolução comparativo ibov e sanb11

Perspectivas

Apesar da rentabilidade ainda baixa em relação tanto a seus melhores dias quanto a outros pares que manobraram de forma menos turbulenta o período pós-pandemia, vislumbramos no resultado do 1T24 do Santander um conjunto de melhorias no mínimo digno de atenção. O ROE em 14,1% representa a superação da nossa estimativa de custo de capital próprio (13,9%), o que em um universo de representantes do setor em que isto não é unanimidade, sinaliza uma tendência mais clara de retorno à rentabilidade. Soma-se a isso a visão transmitida pela companhia de i) ímpeto de crescimento em linhas mais rentáveis, possibilitado pelos índices de qualidade sob controle, ii) intenção de otimização de custos através de um novo modelo de atendimento digital, e iii) incremento de clientes apresentado, temos motivos para acreditar que os trimestres vindouros devem ser de extensão da melhoria já engatilhada até o momento.

Preço-alvo e recomendação

Revisitamos o valuation, incorporando os números mais recentes, e ajustamos nosso preço-alvo para R$ 34,70 (de R$ 33,40) para o final de 2024. Por conta dos elementos apontados no parágrafo sobre perspectivas, e entendendo que estamos diante de um dos maiores potenciais diante do preço-alvo do nosso universo de cobertura, mantemos a recomendação de compra. No entanto, graças às incertezas quanto à velocidade da extensão das melhorias esperadas, bem como do ambiente macro, que mostrou deterioração nas semanas recentes, consideramos uma compra de alto risco.

tabela de demonstrativos de resultados sanb11
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Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes, em princípio, fidedignas e de boa-fé. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não sejam incertas ou equivocadas, no momento de sua publicação, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio, em função de mudanças que possam afetar as projeções da empresa, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Quaisquer divergências de dados neste relatório podem ser resultado de diferentes formas de cálculo e/ou ajustes. O Disclaimer completo encontra-se no relatório.

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