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Conheça o Open Finance, que pode facilitar a troca de empréstimos por juros mais baixos

Compartilhamento de dados no sistema bancário brasileiro é estudo de caso mundial e agiliza portabilidade

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura5 minutos

06/06/2023 às 18:40

Atualizado em

29/05/2024 às 14:55

Por Gustavo Boldrini, do Broadcast

O compartilhamento de dados bancários antes restritos aos bancos em que os clientes tinham contas promete aumentar a competição e a eficiência no sistema financeiro. O Open Finance é uma ferramenta promovida pelo Banco Central do Brasil que tem chamado a atenção de todo o mundo pela capacidade de desburocratizar o acesso a produtos e serviços bancários. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em fevereiro de 2022, dois anos após a inauguração dessa plataforma, cerca de 17,3 milhões de pessoas já haviam dado consentimento para o compartilhamento dos seus dados no sistema bancário por meio do Open Finance.

Além da agilidade na portabilidade, o Open Finance pode se traduzir em crédito mais barato. De acordo com o Relatório de Economia Bancária do Banco Central de 2022, desde o início das operações de portabilidade de crédito, em 2014, houve uma redução de 0,8 ponto porcentual na taxa de juros média dos contratos de empréstimo consignado em municípios onde há mais de um banco. Segundo a mesma pesquisa, o Open Finance tende a acelerar esse movimento.

"Iniciativas como o Open Finance têm o potencial de aumentar os ganhos com a portabilidade, pois reduzem as vantagens informacionais das instituições originais e podem facilitar a busca de melhores ofertas em outros bancos", afirma o BC.

Assim como o Pix, o Open Finance faz parte da agenda tecnológica do BC, que vem sendo tocada desde 2017. Naquele ano, sob o comando do ex-presidente Ilan Goldfajn, a autarquia lançou a chamada Agenda BC+, com o objetivo de fortalecer a digitalização e promover a concorrência no sistema bancário brasileiro. Em 2020, então sob o comando do atual presidente Roberto Campos Neto, o Banco Central lançou a Agenda BC#, na qual, conforme suas palavras, o Open Finance junto com o Pix e o real digital formam "o tripé que vai revolucionar o sistema financeiro."

O que é o Open Finance?

O Open Finance, do inglês "finanças abertas", é um ecossistema idealizado pelo Banco Central que permite que instituições financeiras compartilhem entre si os dados pessoais, bancários e financeiros de seus clientes, de acordo com a permissão deles. Além disso, os usuários têm a possibilidade de movimentar suas contas bancárias em outras plataformas, como aplicativos de controle financeiro, sem necessidade de utilizar os apps ou sites de seus bancos.

Você pode estar se perguntando qual é a vantagem que um cliente de um banco tem em compartilhar seus dados bancários com outras instituições. Imagine então que você está pagando as parcelas de um empréstimo consignado em algum banco ou fintech e descobre que uma outra instituição financeira tem taxas menores. Ao pedir a portabilidade do contrato, a outra empresa terá de acessar seus dados de crédito a fim de avaliar o risco daquela operação. Se os seus dados estiverem abertos para isso, será mais fácil ter a portabilidade aprovada nas melhores condições possíveis.

Qual a diferença entre Open Banking e Open Finance?

Pode-se dizer que o Open Finance é uma espécie de continuação do Open Banking. Na prática, trata-se do mesmo produto, mas com nome diferente. A mudança se deu para ampliar o seu escopo: se antes o Open Banking era focado em bancos e empresas financeiras, o Open Finance representa a perspectiva de expansão da ferramenta para plataformas de investimento e corretoras de seguros.

Como está a adoção de Open Finance no mundo?

Esse tipo de estrutura de compartilhamento de dados entre bancos nasceu na Europa, com a chamada PSD2 (Payment Services Directive ou Diretiva de Serviços de Pagamento), e no Reino Unido, com o Open Banking Standard.

Hoje, diferentes abordagens do Open Banking, ou Open Finance, podem ser encontradas em países como Austrália e Cingapura. Outras economias, como Estados Unidos e Canadá, estão desenvolvendo suas plataformas e podem lançá-las ainda neste ano.

O Open Finance no Brasil tem sido estudado por outros países. Segundo o Banco Central, dentre as autoridades estrangeiras que procuraram a autarquia para conhecer o modelo estão as de África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Japão, México, Peru, Reino Unido, República Tcheca, Uruguai e Comunidade dos Países do Oriente Médio (MENA).

O BC também afirmou que tem recebido demandas para apresentar o modelo brasileiro em fóruns de organismos internacionais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a OCDE.

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