conjunto de notas de dólar empilhadas como escada

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Os bancos devem ir bem em 2024? Confira a análise dos dados mensais do Bacen

Recuo sequencial da inadimplência geral é o maior destaque, reforçando o clima positivo visto desde meados do ano. Crescimento de crédito no mês em todas as modalidades também merece menção.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura8 minutos

Atualizado em

24/05/2024 às 14:54


Dados do mercado de ações

O índice do setor financeiro (IFNC) operou acima do Ibovespa em dezembro, diante de perspectivas mais benignas. No ano fechado, nossas seleções figuram entre os melhores desempenhos, com uma média de 47%. 

Dados Mensais

Os dados de crédito de novembro, divulgados pelo Bacen em 4/janeiro*, tiveram como destaques: (i) avanço da carteira de crédito SFN no comparativo mensal (+0,9%), com crescimento tanto na PF quanto PJ, tanto nos livres quanto direcionados.

No comparativo anual, vimos continuidade da desaceleração (+7,1%, ante +7,3% no mês anterior); (ii) ligeiro recuo da inadimplência geral (3,4% ante 3,5% em outubro, dado revisado), ainda que na modalidade livre tenhamos presenciado dinâmicas difusas, com PF em queda e PJ avançando 10 bps; e (iii) queda de 20 pontos base no spread geral e estabilidade ICC, que atingiram 20,4%, e 22,1% respectivamente.

Leitura e perspectivas

Os dados de crédito do Bacen trouxeram uma continuidade da atmosfera mais benigna capturada desde meados de 2023, em especial com a provável inflexão da inadimplência na visão geral – ainda que continue avançando marginalmente na modalidade PJ Livre, atualmente a mais preocupante no radar. Em nossa análise, para 2024, estamos diante de uma atividade bancária rumo à normalização, com queda nos spreads compensada por maiores volumes e despesas com provisões menores, dado o mix mais conservador instalado nas safras mais recentes e o recuo na inadimplência que vem se desenhando.

Por conta disso, conforme destacado em nosso relatório Perspectivas 2024, nossas seleções (Itaú e BTG Pactual) buscaram repetir a fórmula de sucesso do ano anterior, sendo empresas com qualidade de entrega acima da média e boa previsibilidade de resultados, calcadas em um conjunto de elementos que as torna capazes de capturar o quadro de melhora, ao mesmo tempo que se mostram resilientes na eventualidade de um cenário frustrante.

Destacamos ainda representantes bem posicionados como Inter & Co., BMG, ABC Brasil e Santander, que mostraram boas tendências nos resultados recentes e podem acelerar resultados positivos no caso de concretização do cenário de alívio esperado.

Concessões e saldo

Concessões ajustadas sazonalmente avançam 6,5% a/a, evidenciando retomada de certo ímpeto. Saldo de crédito atinge R$ 5,66 trilhões, levando a proporção crédito/PIB a 50,8%, em predominante estabilidade.

Crescimento - Modalidades PF, PJ, Livres e Direcionados

A desaceleração do crédito, vista com mais força desde meados de 2022, leva o crescimento no comparativo anual a 7,1%, ligeiramente acima da variação projetada pelo Bacen para 2023 (6,8% no RTI de 21/12).

Crescimento - Modalidades Livre (PF e PJ) e Direcionados (PF e PJ).

Modalidade Livre verifica possível estabilização na sequência de uma grande desaceleração iniciada em meados de 2022, tanto na modalidade PF quanto PJ. Direcionado, em oposição, tem tendências mistas.

Inadimplência

Inadimplência geral (90 dias) recua enquanto sobre créditos livres denota estabilidade. Destaque positivo para Créditos Livres PF, no menor patamar desde dezembro de 22, desenhando declínio. PJ é a atual preocupação.

Provisões e cobertura

Nível de provisões e cobertura buscam gradualmente uma normalização, após o período de stress da pandemia.

Endividamento e Comprometimento de renda

O comprometimento de renda começa a desenhar um recuo mais firme após o atingimento do maior nível da série histórica em 2023. Endividamento recua marginalmente.

Endividamento e renegociações (composição)

Volume de renegociações mostra arrefecimento mensal, enquanto Inadimplência desta linha busca uma normalização após o recuo significativo nos últimos meses.

ICC e Spread Geral

ICC começa a desenhar queda, com contribuição preponderante da modalidade livre. Já o spread geral arrefece no mês. Com a inflexão dos juros, devemos ver ambos em tendência de queda.

Disclaimer

 Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes fidedignas e de boa-fé, tendo sido tomadas medidas razoáveis para assegurar sua exatidão no momento de publicação. Contudo, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O BB-BI não garante o lucro e não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas nesse material, que tem por finalidade apenas informar e servir como instrumento que auxilie a tomada de decisão de investimento, não devendo ser  interpretado como material promocional, recomendação, oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao capital investido. A rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Nos termos do art. 22 da Resolução CVM 20/2021, o BB-BI, em conjunto com o Conglomerado Banco do Brasil S.A. (“Grupo”), declaram que (i) podem ser remunerados por serviços prestados ou possuir relações comerciais com a(s) empresa(s) analisada(s) neste relatório ou com pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o mesmo interesse dessa(s) empresa(s); (ii) podem possuir participação acionária direta ou indireta, igual ou superior a 1% do capital social da(s) empresa(s) analisada(s), e poderão adquirir, alienar ou intermediar valores mobiliários da(s) empresa(s) no mercado. 

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