refinaria de petróleo de tubos com válvulas

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Análise Setorial | Petróleo e Distribuição de combustíveis | Setembro 2023

BB analista os dados setoriais de petróleo e distribuição de combustíveis do mês de julho

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

24/05/2024 às 16:55

O petróleo do tipo Brent atingiu as máximas dos últimos 10 meses, chegando mais próximo dos US$ 100/barril, como consequência da redução na oferta promovida pela Arábia Saudita e redução dos estoques globais. A maior parte das projeções envolve maiores déficits no quarto trimestre, com aumento sazonal da demanda e poucas novas adições na oferta. No mercado doméstico, a oferta de diesel russo mais barato tem colaborado para manter o suprimento doméstico e algum nível de importação, mesmo com a manutenção de um nível moderado de defasagem dos preços internos em relação ao benchmark internacional.

A Petrobras anunciou neste mês três iniciativas relevantes para passar a atuar no segmento de energia eólica. Primeiro, com o acordo realizado com a Weg para desenvolver aerogerador de 7 MW para eólica onshore. Apesar do valor pequeno (R$ 130 milhões), a parceria deve possibilitar o desenvolvimento de projetos maiores para o mercado offshore, com opção preferencial de fornecimento para a Petrobras, o que nos parece promissor para ambas companhias. Segundo, com o protocolo feito junto ao Ibama para pedido de licenciamento ambiental de dez áreas na costa brasileira, com o potencial de atingir até 22,9 GW em geração eólica offshore. A companhia sinalizou que a prioridade é iniciar os investimentos através de aquisições de projetos prontos, mas que as condições são favoráveis para aproveitar as sinergias com o portifólio de exploração, considerando, por exemplo, que das dez áreas com pedido de licenciamento, seis contam com plataformas fixas de exploração, o que deve colaborar para utilizar infraestrutura e expertise das regiões. Em terceiro, foi realizado um memorando não vinculante com a TotalEnergies e a Casa dos Ventos para avaliar oportunidades em eólica (onshore e offshore), solar e hidrogênio de baixo carbono. O acordo tem duração de dois anos, e deve servir para mapear oportunidades, que, caso se mostrem viáveis, podem dar origem a novos acordos vinculantes. Vemos com bons olhos tais iniciativas, dada a necessidade de redução das emissões e de se posicionar em setores cuja demanda deve ser crescente ao longo das próximas décadas.

tabela setorial setembro

O projeto “Combustível do Futuro”, iniciativa do Ministério de Minas e Energia, foi enviado para o congresso, com a finalidade de incentivar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono. O projeto vem dentro do contexto do recente pacto feito com EUA e Índia, para a Aliança Global de Biocombustíveis. O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) deve ter papel central nas diretrizes das medidas de redução das emissões em todos os modos de transporte, com a intenção de ampliar o uso de biocombustíveis para outros modais. Assim o projeto funde as diversas iniciativas em curso no país, como RenovaBio, Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, Proconve, Rota 2030, Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular e o Conet.

Ainda dentro do tema, no início deste mês foi inaugurada a primeira planta-piloto para produção de SAF (sustainable aviation fuel), no Rio Grande do Norte. O projeto foi desenvolvido pelo Senai-RN, em parceria coma Cooperação Brasil-Alemanha, e utilizará como insumo a glicerina, que possui elevado valor energético e é um coproduto da indústria de biodiesel. A glicerina tem custos baixos e elevada disponibilidade de oferta, com parte sendo hoje exportada, e tal processo tem o potencial de agregar valor ao produto ao mesmo tempo em que reduz emissões e atende a uma demanda do mercado.

A Apollo não está mais participando das negociações para compra da Braskem, de acordo com notícias divulgadas na mídia local. Assim, a estatal árabe Adnoc segue como favorita para entrar na sociedade com a Petrobras, adquirindo a participação detida pela Novonor e pelos bancos credores. A Petrobras já havia deixado claro que, por deter direito de preferência e tag along, poderia fazer uso de tais prerrogativas para ter como parceira no negócio uma companhia com conhecimento no setor e elevada capacidade de investimento.

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