copos com cerveja enfileirados

Mercado

Ambev (ABEV3) 1T24: operação brasileira impulsionando o consolidado

Os números reportados vieram em linha com o consenso do mercado, com surpresa positiva no lucro líquido.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura8 minutos

08/05/2024 às 16:20

Atualizado em

10/05/2024 às 17:35


A Ambev divulgou resultado neutro no 1T24. Os números reportados vieram em linha com o consenso do mercado, com surpresa positiva no lucro líquido. O destaque positivo ficou por conta da operação brasileira, em que a companhia reportou crescimento de volume de dois dígitos em marcas de maior valor agregado (premium, super premium e core plus) no segmento de cerveja, enquanto, no segmento NAB, o volume de vendas foi impulsionado pelas marcas de health & wellness e energéticos, nicho em que a companhia se encontra bem posicionada para seguir crescendo. Já nas operações internacionais, o destaque negativo ficou por conta da operação na Argentina e no Canadá, mercados que se encontram em retração no momento e desafiam a rentabilidade consolidada da companhia.

Desempenho das Ações e Perspectivas

As ações ABEV3 acumulam queda de cerca de 8,0% desde o início do ano até ontem (7). A queda do papel após a divulgação dos resultados do 1T24 nos sugere que, apesar dos números terem vindo em linha com as projeções do mercado, os investidores se mostram preocupados com os ventos contrários advindos das operações internacionais, notadamente Argentina e Canadá.

Durante a teleconferência realizadas hoje (8), a companhia sinalizou observar uma evolução favorável no cenário macroeconômico da Argentina mês após mês, apesar de ainda ser cedo para saber quando os volumes vão começar a se recuperar. Nesse contexto, os principais KPIs (indicadores-chaves) a serem acompanhados neste momento são manutenção de sua participação de mercado e proteção do caixa nessas regiões.

Nossa visão para a companhia segue positiva, em um contexto de indústria mais saudável no Brasil, além da conjuntura favorável dos preços de commodities e taxas de juros em queda, o que deve beneficiar sua operação como um tudo, apesar de ainda vislumbrarmos “arranhões” advindos das operações na Argentina e no Canadá. No momento, mantemos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 16,00 para o final de 2024.

Destaques

Destaque por Região

Brasil. No segmento de cervejas, houve tanto crescimento de volume (+3,6% a/a), quanto de receita/hl (+0,9% a/a), o que resultou na elevação da receita líquida em 4,5% na comparação anual. O crescimento da receita combinado com a redução do CPV/hl e com a elevação de outras receitas operacionais (+36,2% a/a) permitiu ao EBITDA Ajustado crescer 14,5% a/a, atingindo R$ 3,2 bilhões, enquanto a margem EBITDA Ajustada foi de 33,6%, 290 bps superior na comparação anual.

No segmento de não alcoólicos (NAB) também houve aumento no volume (+6,5% a/a) e na receita/hl (7,0% a/a), de forma que a receita líquida cresceu 14,0% a/a no trimestre. Além da elevação da receita, favorecida pelo mix positivo de marcas e embalagens, a companhia reportou evolução da margem EBITDA Ajustada, que cresceu 120 bps a/a e atingiu 18,6% no trimestre.

No consolidado, a operação brasileira reportou R$ 11,7 bilhões em receita líquida (+6,0% a/a), redução do CPV/hl em 1,6% a/a e R$ 3,8 bilhões em EBITDA Ajustado, o que correspondeu a uma margem EBITDA Ajustada de 15,1%, 250 bps superior a/a.

América Central e Caribe (CAC)*. A recuperação do desempenho na República Dominicana impulsionou o crescimento de volume (+5,6% a/a), enquanto a receita/hl contribuiu com crescimento de 2,6% a/a. Com isso, a receita líquida teve alta de 8,3% a/a, enquanto o custo/hl encolheu 1,8% a/a, beneficiado pelos ventos favoráveis das commodities e o mix de marcas. O EBITDA Ajustado veio em R$ 939,5 milhões, com margem EBITDA Ajustada de 20,4%, +410 bps a/a.

América Latina Sul (LAS)*. Apesar da queda de 12,7% a/a em volumes por conta do cenário macroeconômico difícil na Argentina, houve elevação da receita/hl em decorrência das iniciativas de gestão de receita. A situação desafiadora na Argentina também prejudicou a rentabilidade da unidade, cuja margem EBITDA Ajustada foi de 8,3% (visão orgânica) e negativa em 25,7% no reportado.

Canadá*. Mais uma unidade enfrentando um contexto difícil, com queda de 7,7% a/a de volume, mas alta que 2,2% em receita/hl refletindo iniciativas de gestão de receita e um mix de marcas positivo. Tudo considerado, a receita retraiu 5,7% a/a, enquanto a margem EBITDA Ajustada foi negativa em 0,7% no orgânico (-5,0% no reportado).

Resultado Consolidado. A Ambev reportou contração de receita líquida (-1,2% a/a), a qual atingiu R$ 20,3 bilhões no trimestre, prejudicada principalmente pelas operações LAS e Canadá. Já o lucro bruto somou R$ 10,2 bilhões, com retração de 30 bps a/a na margem bruta, mas elevação de 80 bps a/a na margem EBITDA Ajustada, que atingiu 32,2% no trimestre.

Apesar da melhora no resultado financeiro líquido, a elevação da alíquota fiscal na comparação anual – por conta da menor dedutibilidade de juros sobre capital próprio e das subvenções de ICMS – pesou sobre o resultado operacional, levando a companhia a reportar R$ 3,8 bilhões em lucro líquido, leve queda de 0,4% a/a, com margem de 18,8% (+0,2 p.p. a/a).

Alavancagem financeira. A Ambev finalizou o trimestre com uma posição de caixa líquido de R$ 10,1 bilhões, patamar bastante confortável de endividamento.

ABEV3 x Ibovespa

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