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Tenda (TEND3) Flash de Mercado: subsidiária Alea começa a se aproximar do ponto de equilíbrio (breakeven)

Visitamos um condomínio da Alea, que atua em um método construtivo em wood frame (casas de madeira, bastante comuns na Europa e América do Norte)

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

27/05/2024 às 15:23


tabela com variação de recomendação de preço tenda

Na última sexta-feira (17/05) visitamos a convite da Tenda um condomínio em construção por sua subsidiária Alea, na cidade de Boituva, no interior do estado de São Paulo.

Inaugurada em 2021, a Alea nasceu com um modelo de negócios offsite, com uma linha de produção de painéis de wood-frame (método construtivo com base de madeira, bastante usual na Europa e América do Norte), contando um uma fábrica na cidade de Jaguariúna (SP). Assim, o modelo consiste na produção desses painéis de madeira no ambiente da fábrica, que após montados no canteiro de obras, constituem casas inteiras, normalmente entre 40 m² e 50 m². Da fábrica, os módulos são transportados para os canteiros, instalados com ajuda de guindastes sobre a fundação previamente realizada, onde recebe a finalização e acabamento de detalhes que precisam ser efetuados no local definitivo onde as casas serão fixadas. A princípio, as unidades vinham sendo destinadas apenas a condomínios fechados, construídos com ampla área de lazer e projeto urbanístico que privilegia a interação da comunidade local por meio de alamedas sem trânsito de veículos automotores. No entanto, em 2023 foi lançado o projeto Casapatio, focado em destinar unidades para loteamentos abertos, permitindo acelerar a esteira de lançamentos da companhia. O projeto que visitamos está sob a execução da Alea, portanto um condomínio fechado com as especiações citadas acima.

O condomínio

O condomínio visitado está localizado em Boituva, cidade de cerca de 61 mil habitantes, pertencente à microrregião de Sorocaba, no interior do estado de São Paulo. O projeto foi lançando no início de 2023, e pelas características do empreendimento e do método construtivo, chama a atenção pela agilidade do processo: a entrega completa de todas as 199 unidades já está prevista para julho de 2024.

Isso só é possível pelo nível de padronização alcançado após alguns testes em diferentes tipos de casas, inclusive de dois pavimentos, que foram sendo abandonadas a medida que o modelo utilizado foi sendo estabelecido. Os painéis já chegam inclusive com janelas anexadas à estrutura, sendo fixadas como uma peça única no canteiro, ganhando agilidade e conseguindo montar até quatro casas inteiras em um único dia de trabalho do guindaste. Essas quatro casas entram em uma esteira de trabalho no canteiro, permitindo que as próximas equipes passem a trabalhar nas unidades, realizando acabamento e assentamento de pisos, instalações elétricas e hidráulicas, e demais detalhes finais. Dessa maneira, o ganho de escala passa a ser significativo, permitindo a evolução do reconhecimento de andamento das obras expressivamente mais veloz que os métodos construtivos tradicionais, de alvenaria estrutural ou concreto armado por exemplo.

Importante ressaltar que, embora grande parte do processo produtivo aconteça dentro da fábrica, não é permitido nenhum reconhecimento de andamento de obras nessa etapa. Entretanto, a partir do momento em que as estruturas começam a ser montadas no canteiro de obras, esse reconhecimento é bastante acelerado, possibilitando a entrega completa das unidades em cerca de 10 a 12 meses após o início das atividades.

Operacional à parte, a Alea individualmente apresentou uma receita líquida de R$ 108 milhões no ano de 2023 (+256 a/a), e R$ 55,1 milhões no 1T24 (+638% a/a). Com uma estrutura de custos ainda em processo de ajustes e otimizações, a subsidiária entregou um prejuízo líquido de R$ 70,1 milhões em 2023 (-12% a/a) e R$ 15,4 milhões no 1T24 (-26% a/a), se aproximando gradativamente do breakeven, (ponto de equilíbrio em que a geração de valor das operações se iguala aos custos, passando a partir daí, gerar resultados positivos) esperado para acontecer ainda ao longo de 2024.

Como pontos de atenção, ressaltamos os longos processos de obtenção das licenças necessárias para os empreendimentos que envolvem loteamentos, que podem chegar a até 36 meses em casos mais dilatados. No entanto, a companhia vem adquirindo expertise nessa área, além de trabalhar com eventuais parcerias com grandes loteadores para “aproveitar” o processo de análise de empreendimentos junto aos órgãos responsáveis, ganhando tempo nessa etapa fundamental para a idealização dos projetos.

Pela pequena representatividade da Alea dentro dos números consolidados da Tenda (7,4% das Receitas Líquidas Consolidadas e 1,7% do Lucro Bruto Consolidado no 1T24), nosso modelo ainda não contempla projeções mais profundas para Alea. Porém, estamos acompanhando o desenvolvimento dos empreendimentos e buscando melhorar as métricas do modelo para passar a trabalhar com as duas linhas de negócios da Tenda.

Por hora, entendendo que a companhia dá sinais de ter superado os principais desafios enfrentados ao longo dos últimos anos no pós pandemia, como cenário de custos elevados, entregando projetos com margens mais comprimidas e que chegaram a levar os números temporariamente para um patamar de prejuízos, e voltando a gerar lucro líquido no 1T24, mantemos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 17,00 para o final de 2024.

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