caixas de papelão empilhadas

Mercado

Suzano (SUZB3) 1T24: BB-BI analisa resultado, veja preço-alvo e recomendação

Avanço de margens operacionais, mas alavancagem no limite

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura5 minutos

Atualizado em

10/05/2024 às 13:40


No 1T24, a Suzano reportou um avanço sequencial na rentabilidade operacional de ambos os segmentos de atuação, explicado, de maneira geral, (i) pela demanda aquecida de celulose nas principais regiões consumidoras que impulsionou as cotações da commodity, (ii) pela recuperação da demanda de papel no mercado externo, e (iii) pela continuidade da redução dos custos. Na comparação anual, no entanto, os números recuaram, com a Suzano reportando receita líquida consolidada de R$ 9,5 bilhões (-16,1% a/a) e EBITDA ajustado de R$ 4,6 bilhões (-25,9% a/a), com margem EBITDA ajustada de 48,2%, recuo de 6,4 p.p. a/a. Por fim, o lucro líquido retraiu 96% a/a e ficou em R$ 220 milhões.

Alavancagem atinge limite estabelecido na política de endividamento da companhia

A dívida bruta voltou a se elevar e encerrou o 1T24 em R$ 79 bilhões (ante R$ 77 bilhões no fim de 4T23), assim como a dívida líquida, que avançou para R$ 59,6 bilhões (ante R$ 55 bilhões ao final do 4T23). A alavancagem financeira medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA em US$, também se elevou, atingindo 3,5x (3,1x no 4T23), inclusive refletindo a redução do EBITDA acumulado em 12 meses, e alcançou o limite estabelecido na política de endividamento da Suzano já considerando o ciclo de investimento atualmente em curso. Vale mencionar que os investimentos somaram R$ 4,0 bilhões no trimestre (guidance de R$ 16,5 bilhões para o ano de 2024), dos quais R$ 1,5 bilhão se referem ao Projeto Cerrado, que segundo a companhia segue dentro do cronograma e atingiu 94% de avanço físico e 87% financeiro. Apesar da proximidade da conclusão dos desembolsos para o Projeto Cerrado e da expectativa de incremento parcial do resultado operacional pela entrada da nova planta em operação, acompanhando seu processo de ramp-up a partir do segundo semestre de 2024, entendemos que o nível de endividamento e alavancagem da companhia deve ser monitorado de perto, principalmente considerando o potencial impacto da elevação da oferta global nos preços de celulose e consequentemente no EBITDA da companhia, pressionando ainda mais o indicador dívida líquida/EBITDA. Em teleconferência para apresentação de resultados, a companhia informou que a alavancagem atual deve ter atingido o pico e assegurou que a política de endividamento será rigorosamente respeitada.

Após notícias sobre suposta aquisição da IP, papel tomba 12% no dia

Após notícias veiculadas na mídia a partir do dia 07/05 sobre uma suposta oferta de aquisição da International Paper (“IP”) – player relevante com atuação global em diversos segmentos de papel – os papéis despencaram 12% no dia, refletindo, ao nosso ver, a preocupação dos investidores com a capacidade da Suzano de incorporar o ativo, cujo valor de mercado supera o da própria empresa (US$ 16 milhões da IP x US$ 13 milhões da Suzano), principalmente considerando o forte impacto no já elevado patamar de endividamento da companhia, decorrente da transação. A empresa negou a existência de proposta formal ou mesmo de deliberação de seu Conselho de Administração relacionada ao tema. Seguimos atentos a eventuais desdobramentos sobre este assunto, mas preliminarmente corroboramos com a preocupação mencionada, embora reconhecemos que se trataria de um passo importante na internacionalização da Suzano e na ampliação de sua liderança global na cadeia de papel e celulose.

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