símbolo de bitcoint em cinza

Criptoativos ficam voláteis com conflito Irã-Israel. Isso pode mudar?

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

26/06/2025 às 15:01

Por Adriana Chiarini, do Broadcast

São Paulo, 24/06/2025 - Os desdobramentos em torno do conflito no Oriente Médio, iniciado há mais de 10 dias, têm repercutido nos mercados globais tradicionais e no de criptoativos o movimento não é diferente. "Vimos as principais criptomoedas com quedas significativas, acima dos 10%, nos momentos de alta tensão", diz Fabio Macedo, diretor de operações da Webull Brasil, plataforma digital de investimentos.

Para ele, caso ocorra o fim do conflito, como sugerido por negociações de cessar-fogo em andamento "a expectativa para os criptoativos retoma o otimismo, impulsionada por fatores como adoção institucional, avanços regulatórios e políticas macroeconômicas favoráveis".

Até lá, a volatilidade pode continuar sendo grande. Hoje, por exemplo, por volta das 10h, um dos principais ativos, o Bitcoin, subia 4%, cotado a U$ 105.324. O Ethereum, outro cripto relevante, avançava 8,13%, cotado a US$ 2.402, segundo dados da plataforma Binance. Já no domingo, por volta das 12h, o mesmo ativo (Ethereum) recuava 10,17%. Entre os dias 11 de junho e domingo passado, a queda era de 26% para essa criptomoeda.

"Registrou-se uma queda acentuada nos preços, com o Bitcoin chegando a cair abaixo de US$ 98.000 devido à aversão a riscos e às liquidações significativas, que somaram cerca de US$ 420 milhões", observou Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad.

A marca dos US$ 100 mil foi recuperada ontem, após ataques do Irã à base norte-americana no Catar. O país persa, entretanto, não fechou, ao menos por hora, o Estreito de Ormuz, por onde transita 20% do petróleo mundial.

"Os movimentos sugerem que o mercado continua utilizando criptoativos como estratégia de risco para a carteira, e não potencialmente como portos seguros ou ativos de reserva de valor, como parte do setor espera que o Bitcoin passe a se comportar em algum momento", analisa Zogbi, da Nomad.

Ela vê boas perspectivas de longo prazo para esse mercado, observando como marco recente o fato de o Texas, nos Estados Unidos, ter se tornado o primeiro estado a alocar US$ 10 milhões para uma reserva pública de Bitcoin. "Isso sinaliza uma crescente aceitação por parte de governos", acredita a estrategista da Nomad.

Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, também vê boas perspectivas de médio e longo prazo para a criptomoeda, embora no curto prazo o conflito no Oriente Médio gere quedas de valoração. "Esse mercado, assim como o tradicional, não gosta da incerteza das guerras. Isso, no curto prazo, significa baixa para o Bitcoin", avalia Serrano.

Ele explica que, embora o principal ativo estivesse resistindo bem, ficando apenas um pouco abaixo de US$ 100 mil, teve uma recuperação muito rápida e já ontem voltou a ser cotado em aproximadamente US$ 105 mil. "Considerando os próximos meses, se o conflito escalasse, não teríamos uma alta. Talvez não houvesse novas máximas do Bitcoin para o final do ano e o ativo poderia ter uma queda. Mas há agora a declaração de Trump de cessar-fogo completo entre Israel e o Irã", avalia.

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