Onde investir em abril
Publicado por: Análise BB
6 minutos
Atualizado em
23/04/2025 às 15:50
Sumário do conteúdo a seguir:
Confira o video em: https://www.youtube.com/watch?v=CE65RqCdZj0
Todos em compasso de espera pelo que vem no pacote de tarifas recíprocas que Trump chamou de “Liberation day“. Por um lado, um pacote de tarifas fortes mostraria que Trump leva a sério o reequilíbrio do comercio global, mesmo que as custas de um cenário de estagflação para a economia dos Estados Unidos e um risco de alta queda nos mercados.
Por outro lado, um pacote minimalista amenizaria o impacto na economia americana e nos mercados como um todo, porém pode não atingir os objetivos tão vocais do presidente, de reequilibrar as relações comerciais, aumentar a receita tarifária, podendo inclusive enfraquecer a credibilidade das tarifas como instrumento de negociação.
O Brasil provavelmente não será tão afetado devido a balança comercial quase zerada, países como México, China, Índia, entre outros, tem um risco maior em relação as medidas. Em meio as incertezas do cenário externo, o cenário interno vem sendo beneficiado pela rotação entre mercados. De março para abril, tivemos alteração na projeção de câmbio e inflação para o final do ano, as demais projeções permaneceram inalteradas.
Renda Fixa Brasil
No Copom de 19 de março, o Banco Central aumentou a Selic para 14,25%, decisão amplamente esperada pelo mercado. No comunicado, informou sobre a continuidade do ciclo de aperto monetário com movimentos de menor magnitude, em linha com o cenário do BB que prevê um aumento de +0,5% na reunião de maio e de junho, finalizando 2025 em 15,25%.
As curvas de juros abriram nos prazos mais curtos e fecharam nos prazos mais longos, beneficiando o IRF-M, IMA-B e IMA-B 5+, que ficaram acima do CDI. O IRF-M rendeu 1,39%, IMA-B 1,84% e IMA-B 5 0,55%.
Renda Variável Brasil
Na renda variável, depois de um mês de queda, em março a bolsa brasileira subiu forte, com alta de 6,08%, puxada pelo fluxo de capital estrangeiro, que já supera os R$13 bilhões em entrada no Ibovespa. A bolsa brasileira foi uma das que mais sofreu em 2024, caindo quase 30% em dólar, o que explica também as entradas agora, vista pelo investidor estrangeiro como oportunidade devido aos preços atrativos.
Além disso, o fechamento da curva de juros beneficiou em fatores micro das companhias. Apesar disso, os riscos em relação as tarifas recíprocas em 2/04 podem afetar todos os ativos de risco. Dessa forma, apesar de indicadores de momentum que apontem uma tendência de alta para abril, optamos por seguir neutros na classe.
Moedas
O dólar fechou o mês a R$5,70, queda de -3,04%. O dólar global desvalorizou e influenciou nossa moeda a se fortalecer, sem grandes ruídos internos para afetar o mercado. O movimento do real foi menor em relação a cesta de moedas globais DXY.
Nas criptomoedas, o bitcoin teve leva queda de -2,13%, enquanto o etherium sofreu um tombo de -18,19%.
Global
Nos Estados Unidos, a decisão do Fed era amplamente esperada, o que surpreendeu foram as projeções divulgadas, que elevaram as expectativas para inflação e desemprego e diminuíram as expectativas para o PIB americano, corroborando com a tese de um cenário de estagflação.
Os dados mais importantes de emprego seguiram estáveis, com payroll abaixo das expectativas e taxa de desemprego estável em 4,1%, patamar que vem sustentando desde maio de 2024. Os dados de inflação vieram em linha com as expectativas, mensal de 0,3% e 2,5% acumulado 12 meses.
Apesar da economia ainda resiliente, quando olhamos os chamados “soft datas”, dados baseados em pesquisas, vemos que o consumidor americano elevou consideravelmente a expectativa de inflação de longo prazo e houve uma queda na confiança do consumidor, dados que devem ser acompanhados pelo Banco Central americano de perto.
Carteira de Produtos
Para abril, seguimos preferindo os vértices curtos e médios para os ativos de inflação, devido a relação risco x retorno. Na renda variável global, incluímos o fundo BB Ações BRL Global X Superdividendos, que busca seguir o ETF SDIV, composto pelas 100 maiores empresas de dividendos do mundo, focando em um portfolio mais defensivo, consistente e com menor volatilidade, além de desconcentrar da área tech americana, onde os múltiplos estão mais pressionados, aproveitando a rotação dentro do próprio mercado americano para outros setores como financials, energy e real state. Mantivemos os demais produtos sugeridos.
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