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RD Saúde (RADL3) 1T25: negativo; aumento de receita abaixo do esperado e queda de margens.

BB analisa resultado do 1T25. Companhia divulgou resultados considerados negativos.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

07/05/2025 às 12:38


A RD Saúde apresentou o resultado do 1T25 negativo, em nossa opinião. A companhia divulgou aumento de receita abaixo do esperado e queda de margens, tanto bruta como EBITDA, além de queda importante no lucro líquido.

Desempenho das Ações e Perspectivas

Desde o início do ano, as ações RADL3 registraram queda de 11% (até ontem, 6), abaixo do Ibovespa. A performance tem refletido, em nossa opinião, os últimos resultados que a companhia apresentou que deixaram a desejar em termos de margens. Soma-se a isso o reajuste divulgado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) no final de março que ficou abaixo da inflação do período e deve afetar ainda mais as margens, especialmente as do segundo trimestre. Durante o pregão de hoje, o papel chegou a cair quase 10% na parte da manhã, evidenciando o descontentamento do mercado em relação ao resultado apresentado.

Apesar de a companhia manter seu agressivo guidance de abertura de novas lojas para o ano – o que traz boas perspectivas para aumento de receita –, ao mesmo tempo que segue com um patamar de endividamento saudável – positivo em um momento de altas taxas de juros como o atual –, entendemos que a RD Saúde encontra-se em um momento que merece atenção. Para que o mercado siga confiante em relação aos próximos resultados da companhia, é essencial que o plano de ação mostre os retornos esperados, com crescimento de receita em patamares próximos aos anteriormente apresentados e que a rentabilidade da operação da empresa encontre, ao menos, estabilidade. Apesar desses fatores, entendemos que a RD Saúde segue com uma operação sólida e, portanto, optamos pela manutenção da recomendação Neutra e nosso preço-alvo em R$ 32,10 para final de 2025.

RADL3 vs. IBOV (Gráfico Base 100)

Desempenho Econômico-financeiro

A receita bruta totalizou R$ 10,8 bilhões no 1T25, crescimento de 10,8% a/a, abaixo de nossas estimativas (-2,0% r/e). O número da receita bruta foi impactado negativamente pela forte base de comparação, tanto pelo efeito calendário por 2024 ter sido ano bissexto e pelas emendas de feriado em janeiro deste ano, como pelos picos de demanda de repelente e por testes de COVID ocorridos no primeiro trimestre do ano passado. O destaque ficou por conta da venda de medicamentos tarjados, com os de marca tendo apresentado um incremento de 14,0% e os genéricos, de 16,5%, ambos na comparação anual. Por outro lado, os itens de autosserviço como OTC* e Perfumaria tiveram incrementos mais tímidos e cresceram 7,8% a/a e 6,5% a/a, respectivamente.

Já a margem bruta veio em 26,6%, fechando o trimestre 0,6 p.p. abaixo do mesmo período do ano anterior e de nossas projeções (-0,8 p.p. r/e). Essa queda da margem reflete um efeito mix entre as categorias, um investimento em precificação e ações promocionais, além de um aumento no índice de perdas, compensados parcialmente por um aumento no ajuste a valor presente.

Em relação às despesas, houve aumento das despesas com vendas, que fechou o trimestre com um percentual de 17,9% da receita bruta, número 0,7 p.p. maior que o do mesmo período do ano anterior. Esse aumento deve-se a um menor patamar de diluição proveniente do efeito calendário e dos picos de vendas no 1T24 já mencionados, além do aumento do número de funcionários por loja realizado no 3T24. Já as despesas gerais e administrativas tiveram uma diluição de 0,3 p.p. e registraram um percentual de 2,8% em relação à receita bruta do trimestre, resultado de um esforço de contenção de estrutura. Como consequência, a companhia apresentou uma margem EBITDA Ajustada de 6,0%, índice 1,0 p.p. abaixo do mesmo período do ano anterior e também inferior às nossas expectativas (-1,0 p.p. r/e).

Com isso, a RD Saúde apresentou um lucro líquido de R$ 181 milhões ao final do 1T25, equivalente a uma margem líquida de 1,7%, 0,5 p.p. inferior ao registrado no primeiro trimestre de 2024 e às nossas projeções (-0,3 p.p. a/a).

Durante a conferência de resultados, a companhia anunciou um plano de ação para impulsionamento dos resultados, que envolve: (i) reaceleração das vendas com investimentos em competitividade; (ii) calendário promocional robusto; (iii) esforços para resgate de clientes; (iv) melhorias na experiência dos clientes nos canais digitais; (v) iniciativas para minimizar perdas de estoque; e (vi) expansão em praças mais rentáveis, entre outros.

* medicamentos sem prescrição.

Destaques 1T25

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