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Fechamento (30/04) | Ibovespa fecha estável apesar de retração inesperada do PIB dos EUA e digerindo Caged

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura7 minutos

Atualizado em

02/05/2025 às 10:19

Por Fabiana Holtz, do Broadcast

São Paulo, 30/04/2025 - A bolsa brasileira encerrou o último pregão de abril em queda, com investidores digerindo Caged abaixo do esperado e já se posicionando para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem. No exterior, a surpresa com a queda no PIB americano também acendeu o alerta entre os investidores. O Ibovespa fechou estável (-0,02%), aos 135.066 pontos, e o dólar à vista subiu 0,82%, negociado a R$ 5,6766.

As ações da gigante Vale (VALE3) cederam 1,82%, arrastadas pela queda do minério de ferro. No mês de abril, período que foi marcado pelo início da guerra tarifária entre Estados Unidos e China, os preços do minério despencaram quase 10% na Bolsa de Dalian, ficando abaixo de US$ 100. O contrato futuro da commodity, para entrega em setembro, encerrou o último dia do mês a US$ 96,77 a tonelada, um recuo de 9,52%.

Pressionados pela queda nos contratos futuros de petróleo, os papéis da blue chip Petrobras caíram 1,87% (PETR4) e 1,54% (PETR3). Na avaliação de Daniel Cobucci, analista do BB Investimentos, que cortou sua recomendação do papel de compra para neutra, o relatório de produção da petrolífera mostrou importantes avanços operacionais e veio em linha com as suas previsões, porém, fatores como as incertezas globais com as disputas tarifárias preocupam.

No exterior, os preços do barril despencaram, em meio a rumores de que a Arábia Saudita estaria disposta a ampliar sua produção e suportar um período prolongado de preços baixos da commodity. O mercado também absorveu a alta do dólar no exterior e os dados fracos sobre a economia americana, que elevaram as preocupações sobre a demanda por petróleo no país. Na Nymex, o contrato de petróleo WTI para junho caiu 3,66%, fechando a US$ 58,21 o barril. Na ICE, o Brent para julho recuou 3,51%, para US$ 61,06 o barril. No mês, o WTI e o Brent acumularam quedas superiores a 15%.

Segunda maior queda do índice, os papéis da Weg (WEGE3) caíram 11,55%, após a companhia reportar o balanço do primeiro trimestre. Para o Citi, houve uma piora no mix de vendas da empresa neste início do ano. A leve diferença das projeções do banco para a Weg também está relacionada a mais entregas de energia solar, que têm menores margens, e à consolidação dos negócios da Marathon, que vem pressionando as despesas com vendas. Os analistas do Safra, por sua vez, consideraram que a companhia apresentou resultados fracos, com lucro líquido 10% abaixo do consenso.

Azul (AZUL4) liderou entre as baixas do índice, com queda de 15,52%. Em menos de uma semana e ainda a reboque da captação de R$ 1,6 bilhão, por meio de follow-on, o papel da aérea desvalorizou 38%.

Retração do PIB pressiona mercados de Nova York

Os principais indicadores de Nova York encerraram em direções distintas, com os investidores decepcionados pela contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos pela primeira vez em três anos, o que reacendeu os temores de recessão na maior economia do mundo. A expectativa com os resultados das bich techs, no entanto, limitou as perdas. O Dow Jones fechou em alta de 0,35%, o S&P 500 registrou leve avanço de 0,15% e o Nasdaq caiu 0,09%.

No âmbito da temporada de balanços, Meta e Microsoft disparam 3,44% e 5,05% no after hours, após divulgarem resultados do trimestre. Na direção oposta, Qualcomm despencava 4,92%, também influenciada por números do trimestre.

O dado negativo do PIB acende o alerta para o Federal Reserve (Fed), que pode ter que escolher entre manter o foco no combate à inflação ou agir para sustentar o crescimento, segundo analista da FXEmpire. Nesta quarta-feira, as apostas aumentaram de que o Fed fará dois cortes de 0,25 ponto porcentual até julho, segundo a ferramenta FedWatch.

O viés negativo também repercutiu no mercado de criptomoedas. Por volta das 17h15 (horário de Brasília), o bitcoin tinha queda de 0,54%, cotado a US$ 94.627, enquanto o Ethereum caía 0,43%, negociado a US$ 1.806, de acordo com dados da Binance.

Os riscos de recessão e a incerteza comercial seguem pressionando os criptoativos. De acordo com o relatório da Wells Fargo, o risco da economia americana entrar em recessão hoje é maior do que há um mês. "A interrupção das tarifas introduziu bastante ruído nos principais números de crescimento do primeiro trimestre. O otimismo de consumidores e empresas despencou, à medida que o medo da inflação e da recessão permeia o ambiente econômico", apontou o banco.

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