Fechamento (17/04) | Ibovespa acelera e sobe 1,04% na véspera do feriado; Dólar cai a R$ 5,80
Publicado por: Broadcast Exclusivo
4 minutos
Atualizado em
17/04/2025 às 17:48
Por Fabiana Holtz e Mateus Fagundes, do Broadcast
São Paulo, 17/04/2025 - A bolsa brasileira retomou os 129 mil pontos, apoiada na guinada de 3% do petróleo e pela expectativa de negociações entre Estados Unidos e China. O Ibovespa registrou alta de 1,04%, aos 129.650 pontos, enquanto no mercado de câmbio o dólar à vista caiu 1,05%, a R$ 5,8037. A sessão foi de liquidez reduzida por conta da véspera do feriado, mas o vencimento de opções sobre ações ajudou a segurar o fluxo financeiro próximo da média.
A blue chip Petrobras liderou a fila, com altas de 1,92% (PETR4) e 2,57% (PETR3), recuperando quase R$ 4 bilhões em valor de mercado. Hoje, todo o setor foi favorecido pela alta do petróleo, com o Brent encerrando a sessão em alta de 3,20% na ICE, em Londres, enquanto o WTI subiu 3,53% na Nymex, em Nova York. A disparada se deu com a perspectiva de um acordo na guerra tarifária entre EUA e China e também à pressão americana para interromper uma cadeia de fornecimento de petróleo iraniano.
- Entre outros destaques do setor, Prio (PRIO3) avançou 3,47%, PetroReconcavo (RECV3) subiu 1,45%, e Brava Energia (BRAV3) registrou alta de 0,99%.
Resiliente, a mineradora Vale (VALE3) registrou alta de 0,61%, alinhada ao mercado de minério de ferro, com a commodity em mais um dia positivo no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange.
Maior alta do índice, as ações da LWSA (LWSA3) saltaram 15,51%, mesmo diante da possibilidade de saída da carteira Ibovespa, como mostrou a B3, na segunda prévia divulgada ontem. Para Artur Horta, da GTF Capital, a melhora no fluxo de capital institucional na B3, "que não se via há tempos", apoia ganhos expressivos de papéis mais sensíveis ao ciclo econômico, como acontece com LWSA.
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Mesmo diante da possibilidade de negociações entre os Estados Unidos e outros governos ao redor do mundo, os principais mercados de Nova York seguiram sem direção única, com os investidores atentos aos próximos capítulos da guerra comercial e aos balanços do trimestre. O Dow Jones caiu 1,33%, com forte impacto da UnitedHealth, enquanto o S&P 500 subiu 0,13% e o Nasdaq recuou 0,13%.
As ações da maior seguradora de saúde dos EUA derreteram 22,38%, com os investidores reagindo aos resultados aquém do esperado no primeiro trimestre. A companhia também cortou fortemente sua projeção de lucro ajustado por ação deste ano, para uma faixa de US$ 26,00 a US$ 26,50. A expectativa anterior era de US$ 29,50 a US$ 30,00.
No âmbito da guerra tarifária, as autoridades chinesas voltaram a carga nesta quinta-feira em reunião do G20, na África do Sul, classificando as tarifas americanas como "medidas protecionistas". Em nota, o Ministério do Comércio chinês afirmou que elas representam uma prática que "prejudica seriamente o sistema internacional de comércio, desorganiza as cadeias globais de produção e fornecimento e causa impactos prolongados na economia mundial".
Segundo relatos do Washington Post, enquanto o tarifaço repercutia pelas cadeias de suprimentos globais, o CEO da Apple, Tim Cook, começou a trabalhar nos bastidores. Cook falou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, na semana passada sobre o potencial impacto das tarifas nos preços do iPhone, além de ter conversado com outros altos funcionários da Casa Branca, disseram fontes. Hoje, as ações da fabricante do iPhone subiram 1,37%.
Já as ações da Nvidia, que produz chips e semicondutores para Inteligência Artificial (IA), recuaram 2,93%. O CEO da companhia, Jensen Huang, participou hoje de encontro com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, em Pequim, para discutir as operações da empresa no país. Em nota, He afirmou que empresas americanas, incluindo a Nvidia, são "bem-vindas" a aprofundar operações no mercado chinês e "demonstrar suas vantagens industriais" para "ganhar a liderança na competição global.
No mercado de criptomoedas a tensão comercial mantém os investidores apreensivos e alinhados as bolsas de Nova York. Por volta das 17h10 (horário de Brasília), o bitcoin subia 0,80%, cotado a US$ 85.059. O Ethereum avançava 0,06%, negociado a US$ 1.586, segundo dados da Binance.
"No curto prazo, o bitcoin e as criptos provavelmente continuarão correlacionados às ações dos EUA, à medida que os mercados reagem à volatilidade das políticas, incluindo mudanças nas tarifas", afirma Dylan Bane, da Messari, uma empresa de pesquisa de dados cripto. "No longo prazo, tarifas contínuas podem catalisar uma mudança estrutural na economia, levando a um desacoplamento do bitcoin em relação aos ativos tradicionais, à medida que ele ganha reconhecimento como uma reserva de valor independente."
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