Azul (AZUL4): follow-on pode ser o maior do Brasil em quase dois anos

Oferta subsequente anunciada pela empresa aérea nesta segunda-feira (14) pode chegar a R$ 4,1 bilhões

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

15/04/2025 às 15:34

Por Altamiro Silva Junior e Gustavo Boldrini, do Broadcast

São Paulo, 15/04/2025 - A oferta subsequente de ações (follow-on) da Azul (AZUL4) anunciada nesta segunda-feira (14) pode chegar a R$ 4,1 bilhões, dependendo do apetite dos investidores. Nesse nível, será a maior no Brasil em quase dois anos, desde que a oferta da Localiza (RENT3) movimentou R$ 4,5 bilhões em junho de 2023, e também descontando as operações de privatização de Sabesp (SBSP3) e Copel (CPLE66).

A empresa aérea já realizou rodadas de conversas com investidores no exterior, incluindo em locais como Nova York e Boston, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast . De acordo com interlocutores, há interesse de fundos e gestoras na oferta, em meio ao avanço no processo de reestruturação de dívidas da Azul.

Nas conversas com investidores, segundo fontes, a Azul tentou mostrar o momento de virada de chave da empresa, com o final da reestruturação. No começo do ano, a empresa aérea se beneficiou da queda do dólar e do preço do combustível de aviação, e ainda tem pela frente a possibilidade da fusão com a Gol, que também está chegando perto de terminar sua reestruturação. A companhia pode ainda ocupar o espaço que a Voepass, há um mês com operações suspensas, vem perdendo.

O follow-on da Azul

A operação de follow-on da Azul, antecipada pelo Broadcast no final de março, foi confirmada pela companhia nesta segunda-feira. A oferta será primária, isto é, com a criação de novas ações. O lote inicial da operação prevê 450,5 milhões de ações a R$ 3,58 cada, totalizando ao menos R$ 1,61 bilhão.

Existe ainda a possibilidade de um acréscimo de 115% na oferta se houver bastante demanda, o que pode levar a Azul a ofertar 697,9 milhões de papéis, o que levaria ao valor de R$ 4,11 bilhões.

Nos últimos dias, a piora do mercado financeiro devido à volatilidade causada pelas políticas tarifárias do governo americano leva alguns interlocutores a acreditarem que a Azul poderá fazer apenas a oferta inicial, sem os acréscimos.

Esse valor da oferta-base será o suficiente para a companhia trocar sua dívida externa por participação acionária.

Incentivo à oferta

A oferta da Azul terá uma novidade, como incentivo para a compra de papéis. O investidor que comprar a ação, que vai sair a R$ 3,58, vai ganhar um bônus de subscrição para cada papel. Ele dá direito a uma nova ação da Azul e pode ser exercido entre 15 de novembro e 15 de dezembro de 2026, neste mesmo preço. A cotação representa um prêmio de 17% em relação ao fechamento da ação na última sexta-feira (11).

  • A oferta terá duas partes, ambas 100% primárias, ou seja, com emissão de novas ações, passo importante para a conversão da dívida em dólar da companhia aérea em participação acionária. Nesta fase, estão sendo convertidos títulos de dívida (bonds) com vencimentos entre 2029 e 2030.

A oferta da Azul é coordenada por UBS BB (líder), BTG Pactual e Citi.

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