interior de área de mineração iluminada

Vale (VALE3) 1T25: em linha com o esperado, redução de custos continua e margens operacionais se mantêm estáveis

Números operacionais vieram em linha com nossas estimativas, de forma geral

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

25/04/2025 às 13:31


Os números operacionais apresentados pela Vale no 1T25 vieram em linha com nossas estimativas, de forma geral, com queda na comparação anual, o que já era esperado em razão dos menores preços realizados de minério de ferro e níquel.

Por outro lado, o incremento nos volumes de vendas de todos os segmentos, conforme comentamos no relatório de produção e vendas, contribuiu para compensar os menores preços, de modo que a receita líquida recuasse apenas 4% a/a, para US$ 8,1 bilhões.

Além disso, os custos unitários de todos os produtos continuaram em queda em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar dos efeitos inflacionários e da menor diluição de custos fixos devido aos volumes de produção sazonalmente mais fracos, o C1 sem compra de terceiros ficou em US$ 21/t (- US$ 2,5/t a/a, equivalente a -11% a/a), refletindo a depreciação do real e o consumo de estoques a custos menores de trimestres anteriores. Os custos all-in de cobre (US$ 1.212/t) seguiram com redução substancial na comparação anual (-65%), explicada pelo (i) forte aumento das receitas com subprodutos, (ii) pela maior diluição de custos fixos dado o aumento dos volumes, e (iii) por menores custos com tratamento e refino. Por fim, os custos all-in do níquel foram de US$ 15.730/t (-4% a/a), refletindo a maior diluição de custos fixos.

Por outro lado, o custo médio de frete marítimo de minério de ferro veio acima de nossa estimativa, em US$ 18,6/t (-4% a/a), mas ainda assim recuou ao patamar mais baixo desde o 2T23, o que foi possibilitado pela menor exposição à modalidade spot de fretes, além da redução no próprio custo de frete spot no período.

Assim, o EBITDA ajustado proforma teve queda de 8,3% a/a e ficou em US$ 3,2 bilhões, que equivale a uma margem de 39,6% (-1,6 p.p. a/a). Por fim, o lucro líquido retraiu 17% a/a para US$ 1,4 bilhão, acompanhando principalmente a redução no EBITDA ajustado.

Caixa reduziu e dívida líquida expandida se elevou em relação ao 4T24

A companhia encerrou o 1T25 com posição de caixa de US$ 4 bilhões (ante US$ 5 bilhões no 4T24), e a redução é explicada pelo desembolso para pagamento de proventos. Considerando também a emissão de US$ 750 milhões em bonds, que elevou a dívida bruta para US$ 15,4 bilhões (ante US$ 14,8 bilhões no 4T24), a dívida líquida expandida avançou para R$ 18,2 bilhões (+ US$ 1,7 bilhão sobre o 4T24). Segundo a empresa, a dívida líquida expandida deverá reduzir gradualmente nos próximos trimestres para próximo do centro do intervalo da meta da companhia, que permanece em US$ 10-20 bilhões.

Incertezas trazidas pela guerra tarifária devem continuar impactando significativamente o desempenho dos papéis

A instabilidade adicional aos mercados trazida pelo anúncio das tarifas recíprocas pelo presidente norte-americano Trump e a consequente guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China levaram as ações VALE3 a interromper a trajetória de recuperação que se estendeu pelo 1T25. No início de abril, os papéis recuaram à mínima desde o final de 2021 – quando a crise do setor imobiliário na China se agravou e impactou significativamente a performance dos papéis do setor na bolsa.

Diante das incertezas que ainda persistem sobre as tarifas de importação e seus efeitos no comércio global, as ações VALE3 devem continuar com elevada volatilidade em reação às discussões sobre o tema, o que potencializou as preocupações que já existiam com relação à economia chinesa, e consequentemente, nível de demanda de aço e minério de ferro no país. O próprio FMI divulgou esta semana uma revisão baixista de crescimento para as principais economias globais em 2025 e 2026, reduzindo a previsão para a China em 0,6 p.p. neste ano, para 4%, o que ficaria aquém da meta do país de 5%.

Assim, apesar de reconhecermos a evolução operacional consistente apresentada pela companhia nos últimos trimestres e mantermos uma perspectiva de resultados satisfatórios nos próximos trimestres apoiada principalmente na expectativa de continuidade nos avanços em produção e redução de custos, mesmo diante um cenário mais desafiador no curto prazo, seguimos com nossa recomendação Neutra para VALE3 e o preço-alvo 2025e de R$ 65,00, dada a falta de visibilidade de diversas variáveis que impactam significativamente o setor, conforme comentamos em nosso relatório recente.

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