Usiminas (USIM5) 1T25: BB-BI analisa resultado, veja preço-alvo e recomendação
Continuidade da recuperação da rentabilidade operacional em ambos os segmentos, mas dívida líquida e alavancagem avançam
Publicado por: Análise BB
4 minutos
Atualizado em
24/04/2025 às 13:25
O resultado da Usiminas no 1T25 mostrou continuidade da recuperação na rentabilidade operacional tanto no segmento de siderurgia como na mineração, que resultou em um incremento de 41,5% t/t no EBITDA ajustado consolidado, que atingiu R$ 733 milhões – o maior valor desde o 1T23 –, equivalente a uma margem EBITDA ajustada de 10,7%.
Além disso, na linha financeira, foram registrados ganhos cambiais líquidos de R$ 112 milhões (revertendo as perdas de R$ 233 milhões no 4T24) em razão da valorização cambial, o que contribuiu para que a empresa registrasse lucro líquido de R$ 337 milhões.
Por outro lado, notamos um novo incremento relevante na dívida líquida da companhia (+46% t/t), que encerrou o 1T25 em R$ 1,4 bilhão (ante R$ 937 milhões no 4T24), explicado principalmente pelo aumento de R$ 778 milhões no capital de giro no período, que levou a um fluxo de caixa livre negativo no trimestre. Assim, a alavancagem financeira se elevou para 0,71x dívida líquida/EBITDA (ante 0,58x no 4T24), e atingiu o maior patamar desde o 3T20.

Ações USIM5 acumulam maior valorização entre as siderúrgicas listadas em 2025
As ações USIM5 têm apresentado desempenho favorável desde o início de 2025 e acumulam a maior valorização entre as siderúrgicas listadas, de 14,1% até o fechamento de ontem (23), superior também à do Ibovespa (+9,9%) no período. Ao nosso ver, a melhora recente está relacionada à entrega de bons números operacionais pela companhia nos dois últimos trimestres, além do reduzido impacto da guerra comercial nas exportações da companhia, cujo foco é a América do Sul. Após a divulgação do resultado do 1T25, as ações USIM5 abriram o pregão de hoje (24) com alta de quase 3% pela reação positiva do mercado, mas que foi rapidamente revertida para queda, devido aos receios com a alavancagem crescente, ao nosso ver.
Entendemos que, apesar das perspectivas de estabilidade para os segmentos de siderurgia e mineração para o curto prazo compartilhadas pela companhia, com potencial para sustentar a manutenção das margens operacionais, os desafios para o setor no Brasil ainda persistem, tal como a forte entrada de aço importado no país, que pode se agravar ainda mais em meio à guerra tarifária que se formou entre os Estados Unidos e a China, conforme comentamos em nosso Relatório Setorial de Siderurgia e Mineração mais recente. Além disso, acreditamos que as incertezas com relação ao cenário para o setor e sobre os impactos das medidas tarifárias na dinâmica de comércio global no curto e longo prazo podem reduzir a atratividade das ações das empresas na bolsa. Vale reforçar que, no caso da Usiminas, as exportações de aço têm baixa participação na receita consolidada (menos de 8% no 1T25), e que historicamente a Argentina é o principal destino dos embarques (~70-80%), de modo que não esperamos impacto significativo da nova tarifa de importação de aço de 25% dos Estados Unidos no resultado da companhia. Observamos uma redução de 38% t/t no volume para a América do Norte no 1T25, mas entendemos que ainda não é possível atribuir integralmente esta queda ao fim da isenção da tarifa de importação de aço brasileiro nos Estados Unidos, já que a nova alíquota passou a ser aplicada em 12/03. Assim, tudo considerado e até incorporarmos os números do 1T25 em nosso valuation, mantemos nosso preço-alvo de R$ 8,70 para o final de 2025 e a recomendação Neutra.


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