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Tenda (TEND3) 1T25: Maior lucro líquido para um único trimestre de sua história

Equipe do BB analisa resultado da Tenda (TEND3).

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

15/05/2025 às 11:19


O resultado consolidado de Tenda trouxe melhora de margens operacionais e uma redução no endividamento bruto da companhia, acompanhado do maior lucro líquido para um único trimestre de sua história. A Tenda lançou 13 empreendimentos no consolidado do trimestre (10 no segmento Tenda e 3 pela Alea), totalizando um valor geral de vendas (VGV) de R$ 921 milhões (+20,7% a/a, -42,7% t/t). O preço médio de unidades lançadas também cresceu em ambos segmentos, avançando 6,5% nas bases de comparação consolidadas, puxado pelo primeiro lançamento 100% premium da Alea, que contou com um preço médio por unidade de R$ 260 mil. As vendas líquidas consolidadas atingiram R$ 1.088 milhões no trimestre (+12,7% a/a, +10,6% t/t), com uma velocidade de vendas mista nas bases de comparação aos 25,8% no período (-4,6 p.p. a/a, +2,8 p.p. t/t).

A linha de resultados a apropriar (REF) atingiu R$ 870 milhões no 1T25, alta de 45,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, que serão reconhecidos nos trimestres seguintes de acordo com a evolução das obras dos empreendimentos em andamento. A companhia também divulgou uma margem REF dos novos projetos, ajustada por efeitos financeiros e pelos empreendimentos pontuais no âmbito do programa Pode Entrar, em 40,7% (+3,9 p.p. a/a, +1 p.p. t/t), sugerindo que as margens operacionais da companhia podem apresentar avanços à medida que as safras mais recentes avancem.

A receita operacional líquida (ROL) alcançou R$ 865,2 milhões no trimestre (+16,2% a/a, +1,7% t/t), levando o acumulado anual para R$ 2,9 bilhões, alta de 13,1% ano contra ano. O lucro bruto contábil chegou a R$ 271 milhões 1T25 (+48,4% a/a, +20,7% t/t), elevando a margem bruta do trimestre para 31,3% (+6,8 p.p. a/a, +4,2% p.p. a/a). Já as despesas com vendas, gerais e administrativas chegaram a R$ 134,2 milhões, e apresentaram uma melhor diluição em relação à receita líquida, representando 15,5% da ROL no trimestre, (-0,4 p.p. a/a, -0,1 p.p. t/t), justificada por maior dispêndio com marketing no período.

O resultado financeiro contábil foi de R$ -21,5 milhões (-60% a/a, -50% t/t), recuo não só pelos efeitos das manobras realizadas pela companhia para trocar dívidas mais onerosas por novas captações mais interessantes, como beneficiado pela marcação positiva de swaps na ordem de R$ 11 milhões no trimestre. Desconsiderando os efeitos dos swaps, o resultado financeiro teria sido de R$ -32,4 milhões, misto nas bases de comparação (-12% a/a, +2,7% t/t).

O endividamento bruto encerrou o 1T25 em R$ 849 milhões (-22,9% a/a, -18,5% t/t). Tópico que seguirá sendo repercutido no setor ao longo do ano, a alteração nas regras provenientes de financiamentos imobiliários junto à Caixa Econômica, que passa a liberar os recursos apenas após o registro cartorário, levou a um consumo consolidado de caixa de R$ 3,5 milhões no trimestre. Não fosse essa alteração nos repasses, haveria uma geração de caixa de R$ 91,6 milhões no período (+184% a/a, -37% t/t). Como efeito desse consumo de caixa, a dívida líquida ficou em R$ 267,6 milhões (-24,4% a/a, +39,2% t/t), equivalente a 24,2% do patrimônio líquido total da companhia, e embora represente uma elevação na base trimestral, mostra uma significativa redução em relação ao mesmo período de 2024 (-15,3 p.p. a/a, +4,1 p.p. t/t). Por fim, a Tenda registrou lucro líquido consolidado de R$ 86,5 milhões no 1T25, substancialmente maior que os R$ 4,4 milhões registrados no mesmo período do ano anterior, e nível recorde para um único trimestre da companhia. Destaque para o segmento Tenda, que sozinho contribuiu com R$ 104,9 milhões (+428% a/a), mais que suficiente para compensar o prejuízo líquido de R$ 19,4 milhões do segmento Alea no trimestre. Lembrando que a companhia tem um guidance de resultado líquido para Alea entre R$ 0 e R$ 20 milhões em 2025, sugerindo que deve acontecer uma melhora nesses resultados ao longo do ano, de maneira que a Alea passe a contribuir positivamente com os números da companhia nos próximos exercícios.

Desempenho da Ação. As ações TEND3 avançam 38% em 2025 até ontem (08), em um movimento que acompanha a retomada de níveis competitivos de suas operações, bem como uma estabilização de seu endividamento nos últimos trimestres. A companhia ainda tende a se beneficiar à medida que a Alea, sua subsidiária que explora um método construtivo off-site em madeira, encontre um ponto de equilíbrio e passe a contribuir com o lucro consolidado, deixando de consumir caixa da companhia como aconteceu até então.

Dessa forma, mantemos a nossa recomendação de Compra e preço alvo em R$ 18,50 para final de 2025.

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