Resultado Suzano (SUZB3) 1T25: ligeira queda de margens operacionais, mas com resultado financeiro positivo e redução do endividamento
Companhia reportou um resultado neutro, em nossa opinião, com queda de margens operacionais em ambos os segmentos na comparação anual, enquanto a valorização do real frente ao dólar favoreceu a linha financeira.
Publicado por: Análise BB
5 minutos
Atualizado em
09/05/2025 às 10:16
No 1T25, a Suzano reportou um resultado neutro, em nossa opinião, com queda de margens operacionais em ambos os segmentos na comparação anual, enquanto a valorização do real frente ao dólar favoreceu a linha financeira.
No consolidado, a companhia registrou EBITDA ajustado de R$ 4,9 bilhões (+6,6% a/a), possibilitado principalmente (i) pelo crescimento no volume de vendas tanto de celulose (+10% a/a) como de papel (+25% a/a), ainda refletindo o incremento de novas operações (Ribas do Rio Pardo e Suzano Packaging US); (ii) pela desvalorização cambial, que mais do que compensou a queda a/a nos preços médios de celulose em US$; e (iii) pelo aumento de 12% a/a nos preços médios de papel.
A combinação desses efeitos favoreceu o avanço da receita líquida (+22,1% a/a), mas foram parcialmente compensados pelo incremento nos custos de produção de celulose, incluindo logística e o impacto de paradas para manutenção, e de despesas operacionais, que levaram a uma queda de 3,6 p.p. na margem EBITDA ajustada do segmento, que ficou em 49,4%. O aumento nos custos (principalmente de insumos) e despesas operacionais foi ainda maior no segmento de papel, o que levou a um recuo de 10,4 p.p. a/a na margem EBITDA ajustada do segmento para 20,8%. Assim, no consolidado, a margem EBITDA ajustada ficou em 42,1% (-6,1 p.p. a/a).
Além disso, após ter registrado o pior resultado financeiro no 4T24 (negativo em R$ 15,6 bilhões), a variação cambial positiva e o resultado de operações com derivativos (marcação a mercado de instrumentos financeiros) no 1T25 possibilitaram a reversão dessa linha tanto em relação ao 4T24 como ao 1T24, para o valor positivo de R$ 7,7 bilhões.
Assim, na última linha, a empresa reportou lucro líquido de R$ 6,3 bilhões (ante lucro líquido de R$ 220 milhões no 1T24).

Redução no endividamento e alavancagem dentro do limite
A valorização do real frente ao dólar também favoreceu a redução de R$ 10,4 bilhões na dívida bruta ante o patamar recorde do balanço anterior, que, junto com o efeito da amortização de principal e juros, encerrou o trimestre em R$ 91 bilhões. A dívida líquida retraiu em menor magnitude (-R$ 4,8 bilhões sobre o 4T24), para R$ 74,2 bilhões, sobretudo em razão do desembolso para a amortização mencionada e para pagamento de juros sobre o capital próprio. Ainda assim, a alavancagem financeira medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA em US$ ficou em 3,0x (ante 2,9x no 4T24), dada a redução do EBITDA acumulado em 12 meses, mas ainda permanecendo abaixo do limite estabelecido na política de endividamento da empresa (3,5x).
Ações SUZB3 seguem com baixa performance em 2025
As ações da Suzano acumulam queda de 16,7% em 2025 até o fechamento de ontem (08/05), na contramão do Ibovespa, que se valoriza 13,3% no período. Como comentamos em nosso relatório de resultado da Klabin no 1T25, entendemos que o fraco desempenho do setor na bolsa desde o início do ano reflete tanto o movimento da taxa de câmbio, que retrai 8,4% no período, como perspectivas mais negativas diante do risco de desaceleração do crescimento da economia global trazido pela política tarifária dos Estados Unidos. No caso específico da Suzano, que é líder global no mercado de celulose de fibra curta – cujo principal demandante é a China –, a expectativa de um ritmo mais lento de crescimento da atividade chinesa é replicada para o nível de importações de fibras no país, o que pode segurar os preços da commodity em patamares mais baixos.
Conta a favor da empresa a sua alta competitividade de custos, que foi reforçada ainda mais pela planta de Ribas do Rio Pardo (MS). Por outro lado, vale destacar que a forte variação da linha financeira em razão das flutuações do câmbio pode continuar levando a uma oscilação significativa do resultado líquido, e impactando o nível de endividamento, que apesar da redução neste trimestre, segue elevado, e continua sendo um ponto de atenção.
Assim, tudo considerado, mantemos a recomendação Neutra para SUZB3 e nosso preço-alvo de R$ 68,00 para o final de 2025.


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