Klabin (KLBN11) 1T25: BB-BI analisa resultado; veja os destaques
A Klabin reportou um resultado positivo no 1T25, em nossa opinião, mostrando crescimento na maioria das linhas na comparação anual.
Publicado por: Análise BB
5 minutos
Atualizado em
07/05/2025 às 13:42
A Klabin reportou um resultado positivo no 1T25, em nossa opinião, mostrando crescimento na maioria das linhas na comparação anual.
Em termos de volume de vendas, os segmentos de papéis e de embalagens tiveram ligeiro incremento (+2% a/a e +1% a/a, respectivamente), suportado (i) pela recuperação da demanda de kraftliner, (ii) pelo crescimento acima do mercado na expedição de papelão ondulado, e (iii) pelo incremento das vendas de sacos industriais para cimentos. Por outro lado, houve redução de 5% a/a nas vendas de celulose, acompanhando a redução no volume de produção em razão de parada não programada para manutenção, que já foi concluída. Apesar das incertezas quanto ao cenário econômico global, a demanda por fibras manteve-se estável, principalmente de fluff.
Já em termos de preços, houve incremento em todos os segmentos na comparação anual: na celulose, o avanço de 8,0% a/a reflete integralmente o impacto da valorização do dólar frente ao real, já que, em US$, houve queda de 15% a/a nos preços de fibra curta e estabilidade na fibra longa e no fluff; nos segmentos de papéis e embalagens, com destaque para a recuperação do mercado de kraftliner, que, em conjunto com a desvalorização cambial e o maior volume de exportações, possibilitou um avanço de 30% a/a nesta categoria.
Após a redução sequencial a/a observada desde o 2T23, houve incremento de 11% a/a no custo caixa total por tonelada, que ficou em R$ 3,3 mil/ton (ligeiramente acima do guidance da companhia para o ano de 2025, que segue mantido), refletindo principalmente o aumento dos preços e do consumo de químicos, o incremento do consumo de combustíveis devido às paradas, e o aumento do preço de aparas, além dos efeitos da inflação e do câmbio no período.
Assim, no consolidado, a receita líquida avançou 9,7% a/a para R$ 4,9 bilhões, e o EBITDA ajustado teve incremento de 12,5% relação ao 1T24 e somou R$ 1,9 bilhão, que representa margem de 38,3% (+1,0 p.p. a/a).
Além disso, o resultado financeiro foi negativo em R$ 158 milhões (ante R$ 378 milhões no mesmo trimestre do ano anterior), refletindo principalmente o impacto positivo da variação cambial no período. Com isso, a empresa encerrou o 1T25 com lucro líquido de R$ 446 milhões (-3,0% a/a).

Dívida recua em relação ao recorde do balanço anterior, mas alavancagem segue no limite
Após ter atingido o patamar recorde no 4T24, a dívida bruta retraiu para R$ 37 bilhões (queda de R$ 4 bilhões em relação ao balanço anterior), explicado pelo efeito da desvalorização do dólar frete ao real sobre a dívida em moeda estrangeira e pelo pagamento antecipado de NCEs (R$ 1,6 bilhão). A dívida líquida ficou em R$ 30,5 bilhões (ante 33,3 bilhões no 4T24) e a alavancagem financeira medida em US$ ficou estável em 3,9x dívida líquida/EBITDA ajustado – no limite estabelecido pela política de endividamento da empresa, mesmo diante de iniciativas recentemente anunciadas para controle do endividamento, e deve continuar sendo acompanhada de perto nos próximos trimestres.
Nessa linha, vale destacar que no 1T25 houve o recebimento da 1ª parcela no valor de R$ 800 milhões referentes ao Projeto Plateau (monetização de terras excedentes do Projeto Caetê), e o valor remanescente de R$ 1 bilhão está previsto para o 2T25.
Dividendos
Junto com a divulgação do resultado, a Klabin anunciou a aprovação da distribuição de R$ 279 milhões em dividendos (equivalentes a ~R$ 0,23/unit) a serem pagos em 22/05 (data ex-dividendos em 14/05), que representam um yield de 1,1% sobre a cotação média de KLBN11 nos últimos 12 meses
Preço-alvo e recomendação são mantidos
As units da Klabin acumulam queda de 19,3% em 2025 até o fechamento de 06/05, na contramão do Ibovespa, que se valoriza 11% no ano. Entendemos que o fraco desempenho desde o início de 2025 reflete o movimento da taxa de câmbio, que retrai 7,6% no período, bem como perspectivas mais negativas para o setor diante do risco de desaceleração do crescimento da economia global trazido pela política tarifária dos Estados Unidos, conforme comentamos em nosso relatório setorial de papel e celulose mais recente.
Apesar de acreditarmos que os próximos resultados operacionais da Klabin ainda continuarão robustos e com margens resilientes – tal como continuamos observando no 1T25, com números consolidados favorecidos pela diversificação de negócios e mercados de atuação da Klabin –, as crescentes incertezas continuar reduzindo a atratividade das ações das empresas do setor no curto prazo, de modo que mantemos nosso preço-alvo 2025e para KLBN11 de R$ 25,00, e a recomendação Neutra para o papel.


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