Caixa Seguridade (CXSE3) 1T25: Consistência do ramo habitacional e avanços em outras linhas atenuaram o desempenho ruim do prestamista
Ramos habitacional e residencial seguiram avançando mas prestamista apresentou queda significativa na comparação anual
Publicado por: Análise BB
5 minutos
Atualizado em
07/05/2025 às 13:21
A Caixa Seguridade apresentou um resultado neutro no 1T25, em nossa opinião. Com um crescimento de 10,5% a/a das receitas operacionais e melhores resultados financeiros da holding e demais participações, registrou um lucro líquido gerencial de R$ 1,0 bilhão (+9,2% a/a) e um retorno sobre o patrimônio líquido recorrente (ROE) de 58,6% (+0,02 p.p. a/a).
As receitas operacionais totalizaram R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 766,8 milhões (55,5%) resultantes de investimentos em participações societárias (MEP), com os melhores resultados históricos das investidas Caixa Consórcio, Caixa Residencial e Caixa Capitalização, e R$ 614,6 milhões (44,5%) provenientes de comissionamento, representando um avanço de 13,1% na comparação anual.
Em relação aos prêmios emitidos, com consistente avanço dos ramos habitacional (+12,4% a/a) e residencial (+26,5% a/a), totalizou R$ 2,3 bilhões, apresentando uma redução de 1,2% em relação ao 1T24, devido à significativa queda nas emissões do ramo prestamista (-33,3% a/a).
O índice de sinistralidade no trimestre foi de 24,6%, um aumento de 3,0 p.p. na comparação anual, influenciado pelo aumento de 9,0 p.p. do ramo prestamista e pelo aumento de provisões relacionadas a processos judiciais de sinistros no âmbito da parceria em run-off, no montante de R$ 16,4 milhões, que isoladamente correspondeu ao avanço de 0,7 p.p. do índice.
Dividendos. Junto à divulgação de resultado, a companhia comunicou aprovação da distribuição de dividendos antecipados no valor de R$ 0,31 por ação, que equivale a 92,1% do lucro auferido no 1T25. Os dividendos serão pagos no dia 15 de agosto de 2025 e terão como base a posição acionária de 01 de agosto de 2025.

Negócios de Risco
Os negócios de risco, que contemplam seguros e serviços de assistência, apresentaram uma redução de 1,2% nos prêmios emitidos em relação ao 1T25. Mesmo com os avanços de 26,5% a/a e 12,4% a/a dos ramos residencial e habitacional, respectivamente, a redução foi consideravelmente impactada pela queda de 33,3% a/a de emissões do ramo prestamista. O índice de sinistralidade de 24,6% (+3,0 p.p. a/a) registrado no trimestre foi influenciado, principalmente, pelo ramo prestamista, que apresentou alta de 9,0 p.p a/a na sinistralidade e pelo aumento de provisões com ações judiciais de sinistros no âmbito da parceria em run-off.

Negócios de Acumulação
Os negócios de acumulação, que contemplam os planos de previdência privada, títulos de capitalização e consórcios, apresentaram um aumento de 19,7% a/a, registrando o montante de R$ 9,2 bilhões em recursos arrecadados no 1T25. A previdência, que tem maior representação nas arrecadações, apresentou um crescimento de 8,5% a/a nas contribuições e de 12,1% a/a no saldo de reservas, alcançando R$ 179 bilhões. Já a capitalização, teve seu melhor desempenho histórico de arrecadação trimestral (+8,7% a/a) com foco em vendas de títulos de pagamento mensal, modalidade que gera melhor margem operacional devido à menor necessidade de provisionamento de resgate.

Negócios de Distribuição
A receita dos negócios de distribuição, que inclui as receitas de acesso à rede de distribuição, o uso da marca Caixa (BDF) e as receitas de corretagem, totalizou R$ 614,6 milhões no 1T25, uma alta de 13,1% a/a, com destaque para o consórcio (+59,0% a/a) e os seguros habitacional (+31,8% a/a) e residencial (+31,0% a/a). No lado negativo, as receitas de corretagem do ramo prestamista foram 29,2% inferiores na comparação anual, refletindo a queda de 33,3% a/a no volume de emissões de prêmios do ramo.

Desempenho das ações

Em 2025, até o último fechamento, as ações CXSE3 acumularam valorização de 13,6%, enquanto o Ibovespa registrou 11,0% no período. Em março, as ações da companhia desvalorizaram 1,9%, enquanto o índice subiu 6,1%, refletindo a expectativa de precificação da oferta pública secundária (follow-on), na qual foi definido o valor de R$ 14,75 por ação.
Perspectivas e preço-alvo. A consistência no desempenho do ramo habitacional e os avanços sequenciais apresentados em outros ramos de seguros e produtos de acumulação, aliados ao cenário de juros elevados, favorável aos resultados financeiros, fundamentam uma tese positiva para a companhia nos próximos períodos. Consideramos ainda a potencial antecipação da retomada de prêmios de seguro prestamista com a nova modalidade de crédito consignado privado. Nesse contexto, mantemos nossa recomendação de compra para CXSE3 com preço-alvo de R$ 18,00 para o final de 2025.
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