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Mercado

Petrobras (PETR4) - atualização de preço: por que seguimos otimistas com a companhia?

Especialista Daniel Cobucci, do BB Investimentos, divulga suas projeções financeiras, dividendos e perspectivas para a Petrobras.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

13/05/2024 às 14:28


A Petrobras é uma empresa complexa, frequentemente no centro das atenções, seja pelo impacto de suas políticas para o país, mas em especial pelo elevado potencial de retorno percebido por investidores, apesar da multiplicidade de perspectivas sobre a conciliação de seu papel como estatal e empresa listada em bolsa. Neste relatório, iremos aprofundar a análise da companhia, fazendo um mergulho em três temas centrais para compreendê-la: “Financeiro, petróleo e dividendos”, “Operacional e investimentos” e, por fim, “Novas fronteiras exploratórias e interesses dos stakeholders”. Em seguida, apresentamos as premissas que subsidiam nossa análise por fluxo de caixa descontado, que resultaram em uma revisão de nossas estimativas e o novo preço-alvo de R$ 47,00 para dez/2024, mantendo a recomendação de Compra.

A companhia realizou na última quinta-feira (25) uma assembleia geral ordinária, com eleição do novo conselho de administração e deliberação sobre o pagamento de 50% dos dividendos complementares referentes ao exercício de 2023. Em relação ao conselho de administração, a única mudança entre os indicados do governo foi a entrada de Rafael Dubeux no lugar de Sérgio Rezende. Dubeux possui mestrado e doutorado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, com tese sobre a inovação em energia de baixo carbono, além de ser advogado da União desde 2005, sugerindo ser uma indicação com qualificações alinhadas com os propósitos da companhia. Já os acionistas minoritários reelegeram Marcelo Gasparino e José João Abdalla Filho. Também foram eleitos Jerônimo Antunes, indicado pelos acionistas detentores de ações preferenciais, e Francisco Petros, representante dos detentores de ações ordinárias, além da reeleição da representante dos funcionários, Rosângela Buzanelli. Antunes já foi conselheiro da Petrobras na década passada e assume a cadeira deixada por Marcelo Mesquita, que não pode mais se reeleger.

tabela descritiva de informações revisão de preço petrobras

Financeiro

Os fortes resultados da indústria de petróleo e gás em 2022, impulsionados por guerras e conflitos geopolíticos, foram seguidos por uma queda anual nos lucros em 2023, com praticamente todas as grandes companhias do setor apresentando um decréscimo no lucro líquido entre 30% e 40% em relação a 2022, principalmente devido à queda nos preços de petróleo. Ao longo dos últimos anos, a entrada em operação de várias novas plataformas, aliada às reduções nos custos de extração, vem resultando em forte geração de caixa operacional. Assim, vimos em 2023 um EBITDA consolidado em R$ 262,2 bilhões, redução de 23% ante 2022, devido à queda de 18,4% no preço do Brent e à redução de 3,3% no dólar médio de venda. O montante ficou 1,5% acima da estimativa do BB-BI e 2,4% abaixo do consenso de mercado, enquanto o lucro líquido anual fechou em R$ 124,8 bilhões, -34% a/a, 2,7% abaixo de nossas estimativas e 2,4% menor do que o consenso de mercado. Para buscar isolar as variações de curto prazo entendemos pertinente analisar a atratividade da companhia em função de seu preço dividido pelo fluxo de caixa anual, conforme retratado no gráfico a seguir.

Preço da ação/Fluxo de caixa anual por ação (múltiplo)

gráfico preço da ação/Fluxo de caixa anual por ação (múltiplo)

Dividendos extraordinários

A assembleia da semana passada (25) deliberou o pagamento de um total de R$ 36,1 bilhões em dividendos, em duas parcelas de ~R$ 1,45, totalizando ~R$ 2,89 por ação (sendo ~R$ 1,14 da aplicação da política de dividendos e ~R$ 1,76 em dividendos extraordinários). Com isso, a remuneração total ao acionista ficou em R$ 94,4 bilhões em 2023, um payout de 75,4%. No ano, a Petrobras entregou um retorno de dividendos de 23,4%, considerando a média das cotações de ambas ações em 2023, representando o segundo maior montante pago entre as seis maiores petroleiras globais, atrás apenas da Saudi Aramco.

Em nosso modelo, consideramos uma distribuição de 36,9% do lucro líquido 2024E, estimado em R$ 114,9 bilhões, ponderando a fórmula atual de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre (FCL). Isso deve resultar em uma **distribuição de R$ 3,09 por ação para 2024 (yield de 7,4%) e R$ 3,97 por ação para 2025 (yield de 6,7%). Essa é uma projeção conservadora, ou seja, o que entendemos como payout mínimo dadas as regras vigentes, e que tem chances de ser elevada pela distribuição de dividendos extraordinários. Os dividendos extraordinários devem seguir, junto com as recompras de ações, como ferramenta de remuneração complementar aos acionistas em momentos de petróleo mais elevado, graças aos esforços da companhia na redução de seu lifting cost e aumento de volumes, o que vem contribuindo para uma diluição dos custos fixos, e podem chegar a um valor adicional que deve variar entre 50% a 80% em relação a esse cenário base.

Lucro por ação (LPA, R$) e Endividamento (dívida líquida/EBITDA, x)

gráfico ucro por ação (LPA, R$) e Endividamento (dívida líquida/EBITDA

Veja no link a seguir a continuação da análise, com gráficos e discussões sobre os temas: “Petróleo”, **“Operacional e investimentos” e, por fim, “Novas fronteiras exploratórias e interesses dos stakeholders”

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