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BB Investimentos faz alterações pontuais na Carteira de FII, confira a recomendação para maio de 2024.

IFIX recua após meses renovando a máxima histórica e derruba Carteira Ganho de Capital, que possui maior exposição a segmentos mais correlacionados com a curva de juros. Carteira Renda segue resiliente, em linha com o objetivo traçado por nosso time.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura20 minutos

Atualizado em

03/05/2024 às 13:15


IFIX recua após meses renovando a máxima histórica

Após cinco meses renovando a máxima histórica, o IFIX fechou o mês de abril com variação de -0,77%, aos 3.374 pts. No ano, o índice acumula alta de 2,12%, na contramão do IBOV, que recua 6,16%, do IMOB, que varia -17%, e do IDIV, que soma queda de 4,3%.

O mês de abril foi marcado inúmeros fatores que influenciaram negativamente nossa curva de juros. No exterior, observamos a intensificação dos conflitos no Oriente Médio, além de dados macroeconômicos de inflação e atividade nos EUA que indicam que o FED deve prolongar o período com taxas de juros mais elevadas, direcionando o fluxo financeiro para a maior economia do mundo e apreciando o dólar, com possíveis reflexos na inflação do mundo todo.

Já no Brasil, na metade do mês, o mercado reagiu negativamente após a equipe econômica do Governo reajustar as metas fiscais a partir de 2025, com reflexo nas projeções para a economia e juros. Adicionalmente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a dizer que as incertezas aumentaram nos cenários de acompanhamento do BC, o que poderia refletir em um menor ritmo de cortes da Selic. Dessa forma, diferente do que o mercado esperava em abril, há chances de que o corte na próxima reunião seja de apenas -0,25%, e não de -0,5% como anteriormente projetado.

No dado mais recente, de abril, o IPCA-15 apresentou variação de +0,21%, ficando abaixo das projeções do mercado de +0,29% (Broadcast) e em relação ao mês de março (+0,36%). Sendo assim, no acumulado 12 meses, o índice recuou para 3,77% (-0,33 p.p. m/m).

Apesar da inflação mais controlada, do lado do emprego, outro ponto de atenção para o BC, observamos criação de 244 mil postos de trabalho com carteira assinada em março, queda na comparação com o fevereiro (306 mil), mas bem acima das projeções de mercado que esperavam 188 mil (Reuters).

Diante desses números, a projeção do mercado é de que os juros encerrem 2024 a 9,50% (9% há 4 semanas), reforçando, assim, ainda um cenário positivo para o mercado de FIIs.

Vacância fez muito preço

O DEVA11 fechou abril na liderança em termos de rentabilidade, variando +13,88% após o fundo divulgar o maior rendimento mensal desde maio do ano passado, ultrapassando 1,4% de dividend yield no mês. No entanto, destacamos que este resultado é composto por incremento de receita não recorrente e que o fundo segue enfrentando dificuldades para regularizar o fluxo de pagamentos de alguns de seus devedores.

Do lado negativo, tivemos o CNES11, o RECT11 e o PATL11 como destaques.

Este primeiro é um fundo de apenas R$ 200 milhões, considerado pequeno e que possui apenas 31% de 1 imóvel na cidade de São Paulo, que carrega uma vacância de 54%. Esse fator já seria suficiente para pressionar a cota do fundo; contudo, nos últimos meses, observamos movimento de amortização do BRCR11 (BTG Corporate) com pagamento em cotas do CENES11 aos seus cotistas. Dessa forma, por um lado, seria positivo para aumentar a liquidez do fundo, mas por outro, dado o nível de desafios do fundo, poderia gerar uma pressão vendedora por parte desses novos cotistas.

O REC Renda Imobiliária (RECT11) anunciou via fato relevante em abril que o fundo foi comunicado sobre o interesse de descontinuar com a locação de parte do ativo de Alphaville, elevando a taxa de vacância do fundo. Além disso, o fundo possui alavancagem elevada e necessidade de amortização de um dos seus CRIs a partir de julho de 2024, ou seja, há a necessidade de venda de alguns ativos do portfólio ou realização de nova emissão para pagamento.

Por fim, o PATL11, fundo da Pátria, é um dos maiores fundos de Logística do IFIX e possui um portfólio com 4 ativos em São Paulo, Rio e Minas Gerais, todos Classe A. No entanto, o fundo possui apenas 7 inquilinos, registra vacância elevada em MG e recebeu pedido de rescisão antecipada em março de parte do galpão de Jundiaí, com impacto de R$ 0,04 na receita do fundo a partir de setembro. Além disso, o fundo tem usado reservas para manter o patamar de R$ 0,60 por cota, indicando que ainda possui grandes desafios.

Carteiras Sugeridas

Após abertura expressiva da curva de juros e incertezas sobre os próximos passos do Banco Central brasileiro, as carteiras fecharam em campo negativo, acompanhando o IFIX, que recuou 0,77%.

Por ter uma carteira com 50% em fundos de Recebíveis, a Carteira Renda recuou apenas -0,16% (+0,62 p.p. vs. IFIX), enquanto a Carteira Ganho de Capital, que é majoritariamente de fundos de tijolo, recuou -1,61% (-0,84 p.p. vs IFIX).

Para o mês de maio, estamos fazendo alterações pontuais em ambas as carteiras, mas buscando manter as recomendações alinhadas às respectivas estratégicas.

Dos fundos da carteira, do lado positivo, destacamos o KISU11 que avançou 1,14% e o RECR11 com ganhos de 0,83% em abril. Do lado negativo, acompanhando deterioração da curva de juros, o RBRF11, fundo de fundos que possui em torno de 75% em fundos de tijolo com grande potencial de valorização, e o BCRI11, fundo de papel High Yield – de maior risco – que além das operações em waiver e inadimplentes já mapeadas, tomou conhecimento de um novo problema: um CRI da BR Distribuidora (0,56% do PL) em que o ativo de lastro foi leiloado e os pagamentos de aluguéis interrompidos, prejudicando toda a dinâmica do CRI.

O BCRI11 entrou na Carteira Ganho em dezembro de 2023, pois entendíamos que o desconto de tela não correspondia ao percentual de desconto dos CRIs problemáticos em carteira. No entanto, o movimento de correção não se concretizou até então e, dado o novo evento com o CRI BR Distribuidora, optamos por retirar o fundo da carteira com ganhos de 5,78% (Cota+Rendimento) no período. Em seu lugar, migramos o RECR11 que estava na carteira Renda. O Rec Recebíveis é um fundo com alocações em mais de 100 operações de CRI indexados a CDI (20%) e IPCA (80%), possui bom carrego que pode suportar bons rendimentos à frente e ainda possui desconto em relação ao seu Valor Patrimonial.

Já no espaço deixado pelo RECR11 na Carteira Renda, optamos por outro fundo de Recebíveis: o CVBI11. O fundo já passou pela carteira outras vezes e, dessa vez, vem com objetivo de manter a exposição da carteira na classe de crédito, que é mais resiliente que os FIIs de tijolo em momentos mais conturbados, e embora mais defensivo, ainda remunera muito bem o cotista através de um portfólio com boa relação risco x retorno.

Segue abaixo a recomendação completa das duas carteiras, considerando-se um peso de 12,5% para cada papel.

Carteira FII Renda: RZTR11, KISU11, PLCR11, XPSF11, CVBI11, VGIP11, XPCI11 e TGAR11. Carteira FII Ganho: RBRF11, BPFF11, RBRL11, RZAT11, RECR11, MFII11, HGFF11 e VISC11.

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Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes, em princípio, fidedignas e de boa-fé. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não sejam incertas ou equivocadas, no momento de sua publicação, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio, em função de mudanças que possam afetar as projeções da empresa, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Quaisquer divergências de dados neste relatório podem ser resultado de diferentes formas de cálculo e/ou ajustes. O Disclaimer completo encontra-se no relatório.

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